AgirAzul Revista 1992-1998

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Opinião: Segundo o autor, o naturismo proporciona igualdade da mulher com o homem

Naturismo

Por Hans Roland

Se você curte a Natureza, em plena liberdade e a vida ao ar livre de maneira saudável, sem malícia ou preconceitos, então o naturalismo é a sua opção ideal. Se você aceita esses princípios básicos, então já está disposto a tornar-se um naturista.

O naturismo é a arte de utilizar ao máximo os agentes naturais (água, ar e sol) vivendo em harmonia com a natureza em plena nudez comum com outras pessoas de ambos os sexos. Tem por fim não somente salvaguardar o equilíbrio entre homens e mulheres da era moderna pelo contato pleno que proporciona com a Natureza, mas também favorecer o respeito mútuo entre os dois sexos e fomentar uma maior consideração das leis naturais que regem o meio ambiente.

Infelizmente, o naturismo ainda é desconhecido no Brasil, embora já seja praticado por centenas de milhares de pessoas há bastante tempo em muitos países. Esse movimento internacional, da cultura do corpo livre em contato com a Natureza nasceu na Europa na década de 20 e hoje há naturistas espalhados pelos cinco continentes. A Federação Naturista Internacional representa os interesses de associações regionais filiadas, de 22 países.

Além de fomentar uma agradável coexistência com a Natureza, o naturismo ainda apresenta um aspecto muito importante nos dias atuais: Quando a malícia, a imoralidade e a pornografia procuram por todos os meios nos subjugar, eis que surge como uma fórmula conciliadora, propondo a redescoberta do corpo nu como algo natural desprovido de todo o mal. Até restrições religiosas são facilmente rejeitadas pelo simples argumento de que tudo que Deus criou é perfeito, e não há razão para ser escondido, desde que isso aconteça de sã consciência em locais e ocasiões apropriadas. Um dos méritos do naturismo é, de certa forma, também o de ter auxiliado no renascimento da cultura humana através de um simples contato com a Natureza, num espírito amplo de muito respeito mútuo. 

Nesse contexto se insere um exemplo clássico, embora um tanto polêmico, que certamente jamais poderia ser imaginado, hoje em dia, em outras circunstâncias: a conscientização da mulher de que sua nudez num ambiente sadio e natural não faz dela um objeto, mas a libera de preconceitos seculares, proporcionando-lhe igualdade com o homem.

O naturismo se propõe a ser o traço de união entre a civilização moderna e a Natureza, procurando auxiliar aqueles que vivem na atual “civilização” a reapreciar as coisas naturais da vida. Basicamente, o naturismo se constitui num grande movimento familiar em que homens, mulheres e crianças desfrutam de uma vida saudável em comum, em estreita comunhão com a Natureza e longe da agitação diária.

Paradoxalmente, os povos dos países de clima frio do hemisfério norte assimilaram melhor as idéias naturistas do que os povos tropicais. Mas o Brasil, pelo privilégio de ter uma Natureza exuberante, verde e linda, além de desfrutar de um clima ideal para a prática do naturismo, realmente tem tudo para entrar na comunidade naturista internacional. Já dispõe, portanto de toda infra-estrutura necessária e nem a mentalidade latina ou a tradicional religiosidade de nosso povo servem de contra-argumento, pois nossos co-irmãos latinos e católicos da Europa também já aderiram ao naturalismo e a opinião pública desses países está aceitando e tolerando, gradativamente, mais esse saudável modo de vida. 

A França é o país em que o naturismo alcançou a maior popularidade em todo o mundo, seguida de perto pela Alemanha, mais recentemente a Itália, a Espanha e Portugal aderiram à idéia.

É interessante observar que nem as diferenças culturais e muito menos as ideologias opostas foram capazes de frear a volta triunfal do ser humano à Natureza, pois hoje existem milhares de praticantes naturistas na Europa Ocidental e Oriental, bem como na África, Estados Unidos e Austrália.






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