AgirAzul 5 - Brundtlandt e sua gang
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AgirAzul 5

Desemvolvimento "Sustentável"

Governos e ONGs combatem a versão norueguesa de "desenvolvimento sustentável"

Brundtlandt e sua gang desmentidos

por José Truda Palazzo Júnior


A ECO-92, já sabemos, não foi programada apenas para criar uma grossa cortina de fumaça que encobrisse a omissão e a sujeira da maioria dos governos. Ela serviu também para propalar um Frankenstein ideológico capaz de justificar e legitimar as agressões contra a Natureza: o *desenvolvimento sustentado, cuja base assenta-se no suposto "uso sustentado" da Natureza. Segundo a leitura de Gro Brundtlandt, "uso sustentável" quer dizer matar e vender baleias. Segundo Malásia e o Brasil, quer dizer estuprar os ecossistemas de florestas tropicais para vender madeira. Segundo o Japão e exportadores de fauna como alguns países africanos, quer dizer extrair e exterminar animais silvestres
para produzir lucro líquido. Para que essas atrocidades ganhem o rótulo de "sustentável",
basta que um cientista" teórico pago pelo governo interessado ateste empiricamente que val sobrar alguma coisa da espécie ou ecossistema-alvo. É simples assim.

Este pobre brasileiro achava que ninguém iria se insurgir contra este estado de coisas, dada a apatia e conivência do grosso do "movimento" no Brasil com a situação. Mas eis que uma série de reações contra a "versão Brundtlandt" de "uso sustentável", começa a surgir no cenário internacional!

A 45ª Reunião da Comissão Internacional da Baleia (leia artigo nas páginas centrais desta edição de AgirAzul) foi o primeiro foro governamental internacional onde alguns governos tiveram a coragem de contestar essa interpretação perversa da Agenda 21. A delegação da Nova Zelândia declarou que nada existe no conceito de "uso sustentável" que obrigue esse uso a ser letal; e que, ao contrário de matar, vender, queimar e ocupar, usos mais benignos como promover ecoturismo, pesquisa e educação são formas muitíssimo mais legítimas de aproveitamento sustentável. Além disso, acrescentou o diplomata neozelandês Iain Stewart de forma brilhante, não usar e sim preservar a Natureza e seus recursos é condizente com o princípio de sustentabilidade, já que garante a existência dos recursos para o desfrute (ou proteção continuada) pelas futuras gerações.

Outros países, como a Inglaterra, Irlanda, a Índia, a Austrália e os EUA (sob nova direção!) apoiaram essa visão de "uso sustentável" muito mais racional e legítima do que os Brundtligões querem impor ao mundo.

As entidades ditas ambientalistas que, para puxar 0 saco de governantes, pularam no barco da versão Brundtlânica, tais como a WWF e a IUCN (respectivamentee, Fundo Mundial para a Vida Selvagem e União Mundial para a Conservação), estão apanhando de relho nas reuniões internacionals. Essas duas entidades ficaram tão entusiasmadas com a idéia de legitimar o consumismo de flora e fauna que chegaram a criar um programa espeçifico para estimular o consumo, a venda e a matança de animais silvestres!!! Só que a reação das demais ONGs ambientalistas internacionais foi implacável, e as teses consumistas dessa gente estão sofrendo já uma rejeição organizada. Propostas do WWF e IUCN junto a Convenção para a Regulamentação do Comércio Internacional de Fauna e Flora Silvestres (CITES), no sentido de relaxar a proteção das espécies, estão sendo enterradas por uma avalanche de reações indignadas e ONGs e governos diversos.

Só falta Os brasileiros acordarem. Enquanto lá fora essas teses boçais de "A Natureza para O Homem" estão levando a surra merecida, aqui continuam fazendo sucesso os "ecologistas sociais que querem encher os parques nacionais de maloqueiros e promover a caça de subsistência" é de lascar!


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