AgirAzul Revista 1992-1998

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AgirAzul 5

Os Encontros do Rio / Depoimentos

Parte 2 de 3

Painel com Ecologistas mostra o que foram os Encontros no Rio de Janeiro

O lançamento da segunda edição doAgirAzul / Boletim Ambientalista foi realizado, em 23 de junho de 1992, na Cooperativa Ecológica Coolméia, em Porto Alegre, com um painel em que fizeram parte ecologistas gaúchos que estiveram participando de alguma forma da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento e o Fórum Global, eventos que ocorreram também em junho de 1992.Estiveram presentes Magda Renner, presidente da ADFG — Amigos da Terra — secção brasileira da Amigos da Terra Internacional, Hilda Zimmermann, representando a Sociedade Amigos da Amazônia Brasileira, Arno Kayser, representando o Movimento Roessler, e José Antônio Lutzenberger, diretor da Fundação Gaia e ex-secretário de meio ambiente da presidência da República. Outras entidades, embora convidadas, não se fizeram presentes.

A noite transcorreu tranqüila, com as demais pessoas presentes tendo participação ativa no painel, que, na verdade, foi umaconversa entre antigos companheiros, cada um com sua própria individualidade, e o público presente. Como anfitriã atuou a agrônoma Glaci Campos Alves,pela Coolméia. Nesta segunda parte colocações são feitas por Arno Kayser, Augusto Cesar Carneiro e Hilda Zimmermann.

AgirAzul publica a segunda parte do painel,— a primeira parte foi publicada na edição número 2 deste Boletim. Cabe ressaltar que a transcrição da gravação manteve o mais possível a forma de linguagem falada. Os nomes destacados, como o que segue, representam os que estão com a palavra. Link para a continuação, no final.

JOSÉ ANTONIO  LUTZENBERGER-  Eu tive uma grande satisfação também:uma hora de conversa privada, só nós dois, com o Dalai Lama, a convite dele, a única pessoa a ele receber sozinha na sede do Arcebispo —já é um caso interessante: vejam um Arcebispo receber um papa de uma outra religião; isto é uma coisa nova também; na década de 50 teria sido impensável; católico não recebia protestante e vice-versa —então as coisas estão mudando— . Conversamos longamente sobre a necessidade desta revolução ética que está acontecendo, e eu dizendopara ele: eu acho que você é que tem que ser o grande guru neste movimento, porque ele é aceito, é visto como um guru pela maioria das pessoas e ele não tem nenhum dogmatismo. A conversa com ele foi tão linda. Ele é um homem completamente aberto...

ARNO LEANDRO  KAYSER—Na Conferência, ele falou que não precisava ter religião, a última coisa que teria que ter era religião, só tinha que ter paz no coração...

LUTZENBERGER—E quando a gente dizia alguma coisa nova profunda que ele não conhecia, ele ria e ficava louco de contente, supersimples.Ele é homem é de uma pureza. E, ao contrário do Papa que se considera representante de Deus, ele diz claramente, inclusive no prefácio do livro dele: “muitos me têm como a reencarnação do Buda... eu sou um simples humano, monge budista e por acaso sou tibetano”. Quando nos separamos, ele disse: “Você colocou nos meus ombros uma responsabilidade que eu não sei se eu vou poder carregar”. Eu disse: vamos carregar juntos.E aí acho que está a coisa mais importante: nós precisamos contribuir para esta revolução ética —uma nova visão —uma ética inclusiva. Isto só pode nascer de baixo. 

Claro que pode ter dois ou três gurus por aí, mais isso não é fundamental. O fundamental é que isto venha debaixo. As pessoas têm que dar-se conta que a moderna sociedade industrial, que nasceu do cristianismo, daquela visão antropocêntrica, ela tem uma ética limitada, uma ética aleijada. Se nós ainda nos dizemos cristãos, judeus ou muçulmanos crentes, já é uma ética limitada porque ela inclui somente os relacionamentos entre humanos e entre humanos e Deus. O relacionamento humanos-natureza não existe na nossa ética. 

Nós quando muito reconhecemos, quando estamos derrubando uma floresta imensa, que é um erro técnico. Mas não é pecado, prá nós. Pecado não é. Para o índio é pecado. Agora, se nós nos dissermos materialistas, agnósticos, comunistas, ateus, etc., pior ainda.Agora só o relacionamento humano interessa. E se formos de uma de certas linhas ideológicas mais violentas, como nazismo e comunismo, pior ainda. Aí exclui parte da humanidade. Para Hitler estava excluído todo aquele que ele definia como não-ariano e para Stálin estava excluído todo aquele que ele definia como inimigo de classe.Bom, felizmente, estas loucuras hoje em dia não têm mais muitos atrativos para a maioria das pessoas. Mas temos que contribuir para essa movimentação ética que tem que surgir agora. Uma visão gaiana, uma visão de ética global. A gente vê como tu (N. do E.: referindo-se ao Arno Kayser) falaste há pouco, isto está surgindo mesmo inconscientemente...

KAYSER—É a história da consciência do planeta...

Eu fui convidado por ele, dois anos atrás, a ir à Suíça, onde fiz uma grande palestra e teve muita repercussão!Eu pensei que ia chocar, incomodar os tecnocratas. Em 1º lugar, o fato deles me convidarem para falar, sem perguntar o que eu ia dizer. Em 2º lugar, a repercussão foi fantástica e estamos conversando sempre de novo e eu dizendo coisas que são heresia total dentro da tecnocracia. Eles aceitam e começam a pensar. Claro que um homem que maneja uma gigantesca empresa não pode mudar de um dia para o outro —é como se eu estivesse na direção de um navio-tanque de 500 mil toneladas, para fazer uma curvaprecisa 50 km, não é? Mas estão acontecendo coisas interessantes. O Business Council se propõea fazer “brainstorm” no sentido de achar saídas que sejam sustentáveis. Eles ainda estão dentro de uma visão muito tecnocrática na Europa, mas o Business Council tem agora um filhote no Brasil, a Fundação Brasileira de Desenvolvimento Sustentável. Esta Fundação foi formada por trinta entidades, trinta empresas,brasileiras e multinacionais, mas quase todas de calibre multinacional: a Votorantim, a Petrobrás, a Bayer, a Basf, a Hoescht, a Shell, a Vale do Rio Doce, trinta empresas. Cada uma contribuiu com cem mil dólares. Eles têm três milhões de dólares em caixa. Não para gastar, mas com os juros disto manter o escritório no Rio de Janeiro. Esta gente se propõe a pegar mais dinheiros internacionais e promover projetos de desenvolvimento sustentável aqui no país. É claro que nas cabeças da maioria destes tecnocratas, a expressão“desenvolvimento sustentável” ainda é um slogan. Na cabeça de Collor é uma mantra...

Por exemplo, temos na Europa, agora, o Business Council for Sustainable Development, que tem um filhote aqui no Brasil. O  Business Council, o Conselho dos Negócios, por assim dizer, foi criado por Stephan Schmidheiny. Ele é um jovem industrial suíço, que ajudou a salvar a indústria relojoeira suiça. Quando apareceram os relógios digitais japoneses, que aliás foram inventados na Suíça (mas a Suíça viu aquela coisa, achou feio e não fez).São relógios digitais que tem sempre aqueles números, não dá prá fazer muita coisa em volta deles —um dial incrivelmente variado, artístico etc... os suíços não quiseram fazer e depois a indústria Suíça quase morreu. Na Suíça, a indústria relojoeira é muito bonita. Não sei se vocês sabem, os relógios são feitos em casa, as peças são feitas em casa. Uma agricultora, por exemplo, que de dia tá lá na enxada, de noite está montando peças de relógios, dentro de casa e manda para a fábrica que monta tudo.Então houve um desastre violento para a Suíça. Foi aí que eles inventaram os “Swatch” .É um relógio que nega tudo oque antes os suíços consideravam como um relógio certo e bom. Não estou dizendo que o Swatché coisa boa ou não, está dentro do esquema da sociedade de consumo: relógio para usar e botar fora. Mas salvaram-se! O Schmidheiny salvou a indústria relojoeira suíça e ficou multibilionário. Ele está com 40 anosmas tem uma fortuna de meia dúzia de bilhões de dólares, mas já herdou muito dos pais também.

LUTZENBERGER —Eu vejo no conceito Gaia a primeira instância em que, baseado em ciência dura, disciplinada, exata, nós podemos deduzir uma nova ética de comportamento que realmente leve à possibilidade de continuação da vida neste astro. Porque a ética da moderna sociedade industrial é muito simples. Ela vê no planeta apenas um montão de recursos que estão aí para serem usados. Tá certo, eles aceitam agora que o desenvolvimento tem que ser sustentável, mas ainda a visão é totalmente antropocêntrica. Agora, neste sentido, eu quero chamar a atenção para um fato importante, que eu vejo muitos ambientalistas não compreenderem: nós não podemos simplesmente dividir o mundo em bom e ruim. Em toda parte tem bandido; em toda a parte tem gente boa, e na mesma pessoa tem coisas boas e coisas ruins. Está havendo uma revolução, inclusive, na cabeça dos tecnocratas e talvez mais ligeiro que nas cabeças dos políticos. O tecnocrata em geral é mais inteligente que o político. O político é mais parasita, mais safado. O tecnocrata é um homem que sabe fazer alguma coisa. Sabe fazer com eficiência.Então ele raciocina e faz contas, com lápis, com tudo. O tecnocrata mais facilmente entende que o caminho que estamos trilhando hoje é insustentável. Portanto, ele vai procurar alternativas para manter o seu negócio. Isto está começando a acontecer. 

Não conhecem a palavra “mantra”? É uma prece, que tu repete, repete, repete e aí tu acha que o problema já está resolvido. Na cabeça da maioria de nossos políticos, a expressão “desenvolvimento sustentável” agora é mantra. Eles acham que repetindo, repetindo... No fim eu me dei conta que na cabeça deles era ummantra. Eles sempre usam esta expressão: “Nós vamos para o desenvolvimento sustentável”. E aí eles acham que já aconteceu, mas não aconteceu nada. 

Estas grandes empresas, hoje, são umas trinta, tem três milhões de dólares lá. Querem fazer coisas novas e querem aprender e olha o que aconteceu: o presidente desta Fundação é Israel Klabin, um dos proprietários de parte da Riocell, de outras fábricas de celulose e de um mundo de outras empresas. Ele é um homem que não precisa trabalhar, que só está nos conselhos das empresas. Ele abraçou isto com entusiasmo brutal, e já está brigando com o Schmidheiny, que está muito conservador: “Nós temos que ser muito mais avançados que o Schmidheiny. Ele tá vendo o negócio em 1º e o ambiente em 2º lugar — tá errado, eu quero ver em 1º o ambiente e a empresa depois”. E mais um detalhe interessante, vejam: quando os empresários convidaram o Israel Klabin para ser presidente, ele disse: “só se o Lutz for meu assessor direto e eu puder aplicar a filosofia dele”. Claro que nós não vamos poder fazer tudo, mas muita coisa nós vamos poder fazer...

AUGUSTO  CARNEIRO—Nem tu tens tempo para estar lá...

LUTZENBERGER—Não, mas posso dar filosofia, o que está acontecendo. Nós vamos fazer uma série de pequenos projetos que não incomodem eles ainda.A Fundação Rockfeller faz muita coisa que o Rockfeller é contra. Depois que uma Fundação está feita, ela tem seus Estatutos, ela tem sua filosofia, vai para frente. Então eu vejo que estão acontecendo coisas importantes. Eu não estou agora querendo defender este grupo. O que eu quero dizer é o seguinte: se nós quisermos chegar a um mundo melhor, então nós temos que chegar a mudar as cabeças daqueles que tem o poder de mudar o mundo! Não é só pregando para gente que já está convertida! Isto não leva a nada! Nós temos contribuir para que surjammudanças nas cabeças daqueles que tem poder de mudar as coisas. Isto está acontecendo. Talvez não com a velocidade suficiente. Mas está iniciado este processo. A rapidez da evolução deponde de nós todos. Depende da atividade de milhões de pessoas onde cada um faz o seu pequeno trabalho, a sua pequena contribuição. E é isto que eu acho fundamental no movimento ambiental: além de sermos uma espécie de missionários, nós temos que ser trabalhadores pragmáticos. Nós temos que contribuir com trabalho concreto, objetivo, fazer coisas. Isto ainda falta muito no movimento ambiental. 

A maioria das pessoas no movimento ambiental só quer brigar e muitas vezes mesmo quando um problema já está parcialmente resolvido e aquele cara ainda está trabalhando para resolver mais, cai em cima dele em vez de ajudar a resolver o problema na sua totalidade. Isto é muito comum, não é? Então, para terminar agora, prá mim, esta Conferência e um começo fundamental. A velocidade da evolução do que vier agora depende de nós todos.

Eu gostaria de falar alguma coisa sobre índios. Sobre o Paiakan. Aí também nós temos que aplicar uma visão não diversificada, não monolítica. É muito comum, no movimento ambiental, ver tudo que é aborígene como uma espécie de santo. Nós temos que ver a situação real. Vejamos o caso do Paiakan. Eu tenho certeza que aquele caso de estupro, provavelmente, é mentira. O certo deve ser a versão dele que diz que eles transaram, mas não houve estupro e a mulher dele meteu as unhas nas guria depois... 

HILDA  ZIMMERMANN—Isto todo mundo dizia, que a esposa era extremamente ciumenta, que ela ficou uma fera, uma fera mesmo.

LUTZENBERGER—Então, provavelmente, essa é a realidade desta coisa aí. E a revista Veja, que sempre foi contra o movimento ambiental, naturalmente, aproveitou, inclusive, guardou prá aquele dia, como tu dissesteshá pouco. (Nota do Editor em 2022: Ver matéria no site Amazonia Real sobre a vida e ofalecimento do Paiakan, por Covid-19, e sobre a condenação pelo estupro) Mas acho que isso não é um aspecto importante para nós. O importante é que,isso é muito grave, é que os caiapós estão vendendo suas florestas. O Payakan anda de avião, de caminhão e de carro, e tem circuitofechado de TV na aldeia porque ele está vendendo, distribuindo a sua reserva.

Então nós temos que olhar os índios diferenciadamente. É claro que não podemos tomar a mal isto dele, porque ele é resultado da desmoralizaçãoque foi feito ali. Para entender o que está acontecendo ali, vamos usar o seguinte experimento mental. Digamos que aqui no nosso mundo moderno descesse naves ou chegassem aqui veículos, donde saíssem gente com outra cor de pele, outra raça, outra linguagem, outros trajes e com uma tecnologia incrivelmente mais potente que a nossa, que essa gente começasse a demolir todas nossas casas, fábricas, arrancar nossas estradas e com as nossas coisas fazer o mundo diferente, um mundo deles. E neste processo, 80, 90%dos nossos morreriam de doenças inexplicáveis para as quais nossa medicina não tem remédios. Como é que se sentiriam aqueles 10 ou 15% que sobram? Totalmente desmoralizados. E os mais inteligentes entre eles iam querer ser imediatamente iguais aos conquistadores. É o que o Paiakan está fazendo. Ele está vendendo a floresta dele. Ganha milhões de dólares. Mas nós não podemos culpar ele. Eu acho que nós temos que fazer agora, estava discutindo isto hoje, nós temos que entrar na Justiça contra o IBAMA e contra a FUNAI, que está permitindo este tipo de coisa e tem até, não sei se são ambientalistas ou pseudo-ambientalistas...

ZIMMERMMANN—Então nesta parte que a gente acompanhou desde o início, a história do Paiakan, quer dizer que vocês estava vendo, lá na Eco estavam muito ...

LUTZENBERGER—E tem outros índios que estão fazendo a mesma coisa...

ZIMMERMMANN—... estava muito evidente. Olha, a imprensa internacional naquela primeira semana, na Karioca, foi incrível: o índio estava se tornando um perigo para o governo brasileiro. Eles tinham que de qualquer maneira arrasar.

LUTZENBERGER—Agora tu vês: a Veja até não soube aproveitar melhor do ponto de vista dela. Ela está falando daquele estupro, quando devia tá falando da madeira, o que é muito mais grave, o índio destruindo a natureza, fazendo o contrário daquilo que se prega que ele faz. Não estou falando de índio em geral. Estou falando de Paiakan, desta tribo.A tribo dos caiapós estão vendendo suas reservas. Assinaram contrato com as madeireiras para entregar não sei quantas dezenas de milhares de toras de mogno e outros. Agora que o Paiakan não quis ir para a prisão,o que ele fez? Ameaçou pegar de refém mil brancos. Aí ficou bem claro, que brancos são estes que estão lá dentro! São os garimpeiros e os madeireiros que eles botaram lá dentro. E isto está acontecendo com outras tribos. Bom, então nós temos que diferenciar em vários níveis a aculturação do índio. Tem aquelas tribos que ainda estão intactas, mas não passam de uma ou duas dúzias.

ZIMMERMMANN—Não, Lutz, tem muitas, tem mais....

LUTZENBERGER—Felizmente, se for mais eu fico contente. Não altera meu raciocínio. Quanto mais melhor.

CARNEIRO—Não quero atrapalhar, mas só um aparte. Nós temos que acabar com os tais de missionários.

LUTZENBERGER—Sim, é claro. É a isso que eu queria chegar. Então nós temos que distingüir entre vários níveis de aculturação de índio. Nós não podemos, simplesmente, aturar tudo que é índio, como muita gente faz. Aí, acontece este tipo de coisa. E a coisa fica desmoralizada. As tribos que ainda estão intactas devem ser deixadas em paz. Temos que fazer o possível para não deixar entrar nem missionários, porqueeles são o começo do fim. Têm estas tribos, e têm outras que estão no outro extremo, que são, por exemplo, os índios aqui no Estado, que não são mais praticamente índios. Aquilo é quase uma turma...

ZIMMERMMANN—É culpa do branco que foi introduzir...

LUTZENBERGER—Eu não tô dizendo, eu não tô culpando eles. Eu estou dizendo quais são os fatos. É claro que fomos nós que fizemos isto. Mas os índios do RS, a reserva deles, não é mais uma reservaindígena. É tudo terra de agricultor. O único futuro que estes caras tem é na agricultura.Lá em Santa Catarina, também, onde visitei recentemente. Eles ainda guardam seu idioma, algumas poucas coisas da sua religião tradicional, mais praticamente nada. São cristãos. 

(continua na terceira e última parte)

Veja também:

Link para a Primeira parte do Painel

Link para a Terceira e última parte do Painel






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