AgirAzul Revista 1992-1998

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AgirAzul 6

Contribuição internacional – Por uma aliança Eco-sul 2000

Por Miguel Grinberg,
especial para AgirAzul via Alternex*

Há um ano aconteceu a Rio 92. A vertigem das palavras e das ações que levaram até ali aos ambientalistas e aos ecologistas se converteu em silêncio, quietude e bastante desânimo. A hipocrisia do Sistema superou todos os limites de corrupção.

O mundo segue sendo o mesmo, os problemas voltaram piores, os dramas parecem incontestáveis e irreversíveis. Os ambientalistas não cessam de fazer denúncias, e os ecologistas analisam as tendências imperantes sem encontrar uma proposta que possamos considerar como viável para mudar a vida cotidiana e transformar a sociedade.

Os Tratados Alternativos do Foro Internacional de ONGs são leitura inspiradora. O Programa Ya Wananchi da Conferência Raízes do Futuro (Paris, dezembro de 1991) restou sem protagonistas, quando surgiu como uma agenda para os cidadãos na década de 90.

Algo está mudando radicalmente, e nessa transformação resulta difícil definir as ferramentas e os objetivos. O Movimento Verde necessita superar seu discurso ambiental obsoleto e definir realizações concretas, capazes de contagiar visões realistas a todos os que estejam predispostos a “ensaiar agora mesmo a sociedade futura”.

Se trata de um trabalho de invenção, imaginação e confluência, em pequena escala, como a gota que perfura a pedra. Não é tempo de discursos: é tempo de convocatória. E aí onde cada grupo ecologista queira e possa, no bairro, o clube da vizinhança, a escola ou a Cooperativa, se apresenta o trabalho pioneiro de começar a converter os sonhos em realidade.

Para isso é necessário deixar de inverter tempo e energia para posicionar-se contra isto ou aquilo e colocar-se – em troca – solidariamente A FAVOR DO NOVO POSSÍVEL.

Como se fôssemos o governo. Como se estivéssemos no Congresso. Criando unidades operativas que possam ir constituindo o princípio de uma trama social sem lugar para parasitas, conversadores e simuladores. Chegou o momento das Uniões Verdes na base cotidiana da vida. A nível de bairro primeiro, e municipal depois, com abertura para configurar redes no plano estadual. Desde já, a máxima verdade é o exemplo.

E ao mesmo tempo, a dimensão Sul começa a penar e atuar na dimensão do novo Mundo que sonharam os Libertadores da América. A obra inconclusa da Independência Americana está em nossos corações. E não é outra coisa que um ato de amor a espera de protagonistas.


* Miguel Grinberg é jornalista e ativista ambiental argentino. Correspondências para C.C. Central 1933 – Capital 1000 – Argentina. E-mail: grinberg@womani.arg.or






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