AgirAzul 7 - Mogno
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AgirAzul 7

Contra o Corte Predatório

Mogno, uma campanha internacional

Embora a campanha contra o corte predatório de madeiras na Amazônia ainda não tenha tido fim, a Greenpeace Brasil já relaciona alguns sucessos na empreitada iniciada em 12 de novembro de 1992, com o apoio de 72 entidades.

De lá para os dias de hoje, houve ação direta em cima de madeireiras, solidariedade mundial ao movimento no Brasil e repercussão junto aos exportadores.

Em janeiro de 1993, a Associação dos Exportadores de Madeira do Pará Amapá registrou em cartório uma declaração em que de afirmam não comprar mais madeira oriunda de áreas indígenas, "investigar" as denúncias que este fato estaria ocorrendo e, se necessário, expulsar da Associação as empresas que realizem tal prática ilegal,

Em maio, 31 entidades européias começaram um intenso trabalho junto aos consumidores das madeiras importadas do Brasil. Em agosto, o IBAMA resolveu atuar e apreendeu 5.400 toras de mogno extraídas ilegalmente de áreas indígenas, em São Felix do Xingú, Pará.  Em outubro, a Greenpeace invadiu pacificamente um dos maiores centros de São Paulo, informando aos usuários sobre os danos causados pelo corte predatório do mogno. São Paulo é responsável por um terço do mogno consumido no país.

"O objetivo é questionar e se possível e diminuir o ritmo assustador de destruição da floresta amazônica", diz Lise Fernanda Sedrez, assistente da coordenação da Campanha de Florestas da Greenpeace para a América Latina. Para Lise, "depois de um ano, a situação começou a mudar: algumas vitórias importantes na Justiça denunciando as invasões em reservas indígenas para o roubo de madeira e uma campanha eficiente contra o consumo na Europa, obrigaram as madeireiras brasileiras a assumir os compromissos de não comprar madeira oriunda dessas áreas". Atuando desde outubro junto aos consumidores brasileiros, a Greenpeace quer criar uma cadeia de pressão de forma a fazer com que as pessoas se recusem a comprar mogno retirado ilegalmente de áreas indígenas e, por tabela, diminuir, as invasões a estas áreas. Para a assistente da Campanha, "o consumidor brasileiro deve entender que uma sala de jantar em mogno, com um alto custo ambiental de violência e devastação, não é nada elegante".

Contatos com a Greenpeace Brasil rua México, 21/13° andar 20031-144 Rio de Janeiro, RJ