AgirAzul Revista 1992-1998

Todo o conteúdo editorial da publicação em papel

AgirAzul 7

Luis Rios luta por Parque em Torres

O professor Luiz Rios de Moura Batista luta quase sozinho há anos pela recriação do Parque Estadual de Torres, RS, numa área de 871 ha, situada entre o Parque da Guarita, ao norte; o Morro de Itapeva, ao sul; o Oceano Atlântico, ao oeste; e a estrada estadual RS-786, a oeste.

A área já foi objeto de desapropriação pelo Governo do Estado na década de 1970, que desinteressou-se pelo mesmo devido ao alto valor a pagar, devolvendo-a aos seus proprietários.

Em 1991, o próprio professor Moura Batista, com equipe do Centro de Ecologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e FEPAM (agência ambiental do Governo do Estado) lançou um novo Projeto de Parque na área. Segundo o Projeto, a área representa o último reduto de ecossistemas característicos do litoral norte do RS, abrigando remanescentes da Mata Atlântica e espécies de flora e fauna ameaçados de extinção.

Recentemente, um jornal de Porto Alegre publicou matéria em que o Prefeito do município de Torres, Clóvis Webber Rodrigues, manifestou o desejo de aprovar o mais rapidamente possível um loteamento nesta região, que seria implantado tão logo a Câmara Municipal liberasse.

Torres é a praia mais tradicional e bonita do litoral gaúcho, apresentando nos últimos anos crescente número de grandes edifícios para veranistas com alto poder aquisitivo. A principal área urbanizada é limitada ao norte pelo rio Mampituba, que faz a fronteira com o Estado de Santa Catarina e, ao sul, pela área em questão.

Como esta área é pressionada por todos os lados e a tendência é a crescente ocupação imobiliária, urge que a sociedade civil se organize e apóie a iniciativa do professor.

O professor Luis Rios apresentou os estudos para a criação do Parque ao Prefeito anterior, César Cafrune, que alegou não ter recursos para a transformação do local em are de parque municipal.

Dentre os animais habitantes da área, encontram-se o mão-pelada, o graxaim-do-mato e a doninha, todos ameaçados de extinção.

Diz o estudo: “A beleza natural da região resulta da harmonia e contraste entre os diversos elementos da paisagem: o oceano, a areia clara contrastando com o verde da vegetação em seus vários aspectos desde as plantas psamófilas (típica das áreas arenosas) até as matas e butiazais, o colorido das flores e da folhas novas, as formas estranhas dos cactos e dos epífitos, o porte esbelto das palmeiras e por último os rochedos, emergindo da areia, cobertos às vezes de vegetação, são alguns dos múltiplos aspectos deste local único no Rio Grande do Sul”. (JBSA)

A equipe do Estudo foi composta pelo professor Luis Rios de Moura Batista, do Centro de Ecologia, mais a engenheira-florestal Sílvia Mara Pagel, geógrafa Maria Isabel Stumpf Chiappetti, e biólogas Parta Domingues Segalla e Lorétti Portofé de Mello, pela FEPAM, e o estudante de geografia Sérgio Mozart Ferreira. Leia mais sobre Litoral Norte nesta edição.






© 1992-1999 / 2007/2008 / 2024  João Batista Santafé Aguiar - É proibida a reprodução total ou parcial sem permissão por escrito / por email do autor ou detentor dos direitos. AVISO LEGAL - Eventualmente, os endereços informados, tanto os convencionais, como os eletrônicos como páginas web ou endereços de emails, serão os da época da publicação, não sendo mais funcionais, não havendo qualquer responsabilidade do Editor sobre o fato. Estes textos disponibilizados no AgirAzul Revista  foram produzidos nos anos de 1992 a 1998. Pessoas citadas poderão já não representar ou participar das entidades pela qual assinaram ou deram seus depoimentos ou mesmo já terem falecido. Eventualmente na versão para www.agirazul.com.br foram corrigidos erros de grafia e aplicação da língua portuguesa, além de  realizados alguns alertas sobre informações já ultrapassadas pelo tempo.