AgirAzul Revista 1992-1998

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AgirAzul 9

RETROCESSO EM NOVO HAMBURGO

Parcão ameaçado de desaparecimento

Por Arno Leandro Kayser*

A Secretaria Municial de Obras ‑ SEMOV ‑ de Novo Hamburgo está estudando a possibilidade de ressucitar um velho projeto há muito sepultado de abrir a avenida Florença no trecho que o desenho desta avenida corta a área do Parque Henrique Roessler ‑ o “Parcão”.

O Movimento Roessler de Defesa Ambiental é totalmente contra esta idéia que, além de infeliz, é ilegal. No trecho em questão há nascentes de cursos d'água protegidos pelo Código Florestal. Além disto, a Lei nº 177/91 além de zonear o Parque extingue as avenidas projetadas na zona do parque e proíbe a construção de novas ruas na área.

O Secretário Cleonir Bassani já manifestou intenção de propor uma mudança nesta lei. O que de modo algum pode ser permitido pelo legislativo municipal. Além de destruir parte do Parque, esta obra é totalmente inútil no trecho entre o Parque e Hamburgo Velho pois desloca o trânsito para dentro do Centro Histórico e o conduz entre a Feevale e o Hospital Regina, num dos pontos já muito engarrafados da cidade que precisam de iniciativas para reduzir e não aumentar o trânsito e o barulho para não prejudicar os estudantes e os doentes.

Com a obra seria destruída um dos pontos mais belos e bucólicos da cidade junto aos cemitérios de Hamburgo Velho e o jardim de infância da Escola Pindorama, a mais antiga de Novo Hamburgo.

O que certamente não é a melhor maneira de comemorar a passagem dos 170 anos da imigração alemã na região. Esta idéia é um golpe mortal numa das maiores conquistas da comunidade de Novo Hamburgo e não pode prosperar de modo algum. Com a recomposição da vegetação na área do Parque temos verificado o aparecimento de espécies animais desaparecidas a anos da região. 

Além disto, a área vem se convertendo a cada dia numa opção de vida que não pode ficar a mercê de idéias tecnocráticas gestadasno auge dos negros anos 70 quando ecologia era uma palavra desconhecida. Outros parques públicos já foram mutilados por projetos semelhantes. Quando um projeto desde passa, logo vem outros atrás.

A razão do projeto seria desviar o trânsito pesado de Hamburgo Velho. nada temos contra esta idéia bem como a construção da avenida dentro do bairro de Canudos. Achamos que a melhor solução deste problema deve provir dum melhor aproveitamento das av. Vitor Hugo Kunz, Bartolomeu de Gusmão, Mundo Novo e Sapiranga, que forma um anel de proteção ao conjunto de Hamburgo Velho e o Parcão. Os próprios Amigos de Hamburgo Velho não concordam com a idéia da avenida no trecho e querem outras soluçõrs mais sensatas.

Por isso apelamos para todas as autoridades, entidades e cidadãos que se manifestem junto à SEMOV e à imprensa contra esta idéia absurda de destruir o maior parque de Novo Hamburgo e golpear os sonhos de uma melhor qualidade de vida na cidade.

*O autor, em 1994, era presidente do Movimento Roessler de Defesa Ambiental, caixa postal 2115, 93001‑970 Novo Hamburgo, RS






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