AgirAzul Revista 1992-1998

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AgirAzul 9

Pesca Liberada

Enquanto o Projeto do SISEPRA ‑ Sistema Estadual de Proteção Ambiental ‑ gaúcho dorme nas gavetas da Assembléia Legislativa do RS e são perdidos os acessos a linhas de crédito do exterior, nossos diligentes parlamentares dedicam seu tempo a tarefas de transcendental importância. Além de aprovar a pensão especial para a destacada figura cultural Terezinha Morango, nossos deputados aprovaram no último mês a Lei da Pesca e seu Regulamento. Segundo ambos, pescar é retirar para fins comerciais ou de subsistência qualquer coisa que faça da água seu “habitat” durante toda ou maior parte do tempo (o que pode incluir algas, cetáceos e até surfistas e pescadores); para pescar, pode ser utilizada uma rede de “50 metros por pescador” sem limitação do número de pescadores, o que lhes permitirá “fechar", como quiserem, a maioria dos arroios e pequenos rios gaúchos com suas redes. A concessão de Licenças de Pesca fica facultada às Federações de Pescadores. Belas regras para as cabras zelarem pela horta.(ZS)

Campanha Defende Banhados

A União Protetora do Ambiente Natural ‑ UPAN firmou convênio com a Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, em 5 de julho, com o objetivo de procederem, em conjunto, o levantamento e caracterização dos banhados das Freiras e da Feitoria, em São Leopoldo. O projeto pretende mostrar à comunidade local a importância daqueles banhados, ameaçados por diversos tipos de atividades predatórias, como aterros, desmatamentos, caça e pesca ilegais. O projeto receberá a colaboração da Brigada Militar e dos pesquisadores Renato Petry Leal (zoólogo), Atos Benvenutti (agrônomo), Cláudio Becker (biólogo) e Walter Voss (ornitólogo),do quadro de pesquisadores da Fundação. Renato Petry Leal foi fundador da UPAN, em 1971 (com o nome de AGAPAN São Leopoldo) edepois exerceu funções em Brasília, no antigo IBDF.(JBSA/FZB)

$ Externo

Da Europa, vem a notícia de que a União Européia deixou de financiar ajuda à América Latina, específica para meio ambiente, no montante de 900 milhões de dólares, ao longo dos últimos anos. Motivo: ausência de projetos e teimosia em buscar ajuda no BID, BIRD e agências japonesas, embora estes financiem basicamente obras (não gostando muito de estudos e projetos conceituais) e concedam geralmente empréstimos (como o Pró‑Guaíba) em vez de doações. A mesma fonte informa que existe ainda mais dinheiro, disponível e abundante,para financiamentos na área de alternativas energéticaslimpas. 

Enquanto isso, um assessorde importante parlamentar gaúcho afirmou, durante as discussões sobre a até agora abortada tentativade votar o SISEPRA gaúcho, que não houvera aperda de um só centavo de dinheiro externo por força‑efeito da ausência de um Sistema de Proteção Ambiental. A ele e outros eventuais desavisados, aqui vai o argumento feijão‑com‑arroz: sem o Sistema, não há uma Política Ambiental; sem esta, não há objetivos e metas claras; sem estas, não há programas nas diversas áreas; e, sem estes,não há projetos específicos, encadeados organicamente no tempo e no espaço. O Pró‑Guaíba, um balcão de projetos com predominância aos de saneamento (que deveria ser uma obrigação do Poder Público sem necessidade de recorrer a mais dívida externa), não é bem uma exceção a essa indigência mental e financeira ‑ aliás, está encalhado há mais de cinco anos.(ZS)

Estágio na ADFG

O porto‑riquenho David S. Figueroa‑Ortiz, estudante da Universidade de Columbia, Nova Iorque, passou algumas semanas estagiando no escritório da ADFG‑Amigos da Terra, em Porto Alegre. Esteve no lançamento do AgirAzul, nº 8. Deixou a cidade afirmando que teve: “...uma experiência maravilhosa, conhecendo e aprendendo sobre o trabalho titânico que a ADFG‑Amigos da Terra está fazendo no Brasil. Não sou perito em nenhuma área ecológica, mas agora conheço bem os problemas gerais. Espero fazer uma diferença na mentalidade dos meus companheiros na Faculdade de Direito uma vez que eu volte aos Estados Unidos; pelo menos os meus pensamentos e atitudes sobre a ecologia foram mudados e sensibilizados graças a ADFG‑Amigos da Terra”. (JBSA)






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