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Temos que ser críticos em relação à informação que recebemos, diz bióloga gaúcha

EcoAgência - 19 nov 2003


Glaci Campos Alves, Geraldo Rohde e Luiza Chomenko na Terça Ecológica
foto de Carlos Stein

Porto Alegre, RS - Temos que aprender a sermos críticos em relação à informação que a recebemos. As pessoas têm que aprender a ler aquilo que não está escrito e a dizer o que não está dito. Por mais simples que possa parecer essa receita, ela é muito útil para todos nós. A lembrança foi feita pela bióloga gaúcha Luiza Chomenko em sua palestra sobre o tema “Consumo Consciente e o Poder da Comunicação”, durante o evento Terça ecológica.

Promovido pelo Núcleo de Ecojornalistas do Rio Grande do Sul (NEJ/RS), o debate foi realizado nessa terça-feira (18/11), como evento paralelo ao 1º Congresso Brasileiro, 4º Seminário Internacional e 5º Seminário Estadual sobre Agroecologia, que se realiza no Centro de Eventos da PUC, em Porto Alegre. Participaram também o geólogo Geraldo Mário Rohde e a engenheira agrônoma Glaci Campos Alves.

A bióloga Luiza Chomenko pautou toda sua palestra sobre a forma como recebemos e como devemos interpretar a informação. Em vários slides mostrou a manipulação a que pode ser submetida à informação. “Onde está a ética e o respeito pela vida?”, indagou. E lembrou os quatro direitos básicos do consumidor: “o direito a segurança, a informação, a escolha e ao meio ambiente sustentável e saudável”.

Mundo pouco sustentável

O geólogo Geraldo Mário Rohde, gerente do Departamento de Meio Ambiente da CIENTEC, destaca que atualmente apenas um quinto da população mundial vive nos países desenvolvidos, sendo responsáveis por 86% do mercado de consumo. Essa mesma população compra, segundo ele, 46% de toda a carne; consome 65% da energia elétrica; 84% do papel e 85% dos metais químicos do mundo. É, também, responsável por 70% das emissões globais de carbono.

Esses dados, no entender de Geraldo Mário Rohde, que também é especialista em Urbanismo, mestre em Ecologia com ênfase em Ciências Ambientais e doutor em Ciências, com ênfase em Ecologia, mostram que vivemos em um mundo muito pouco sustentável. O ser humano, segundo ele, cria formas artificiais de consumo, geralmente supérfluas. “Sou um grande consumidor de água mineral”, diz. “Há cinco anos, todas as embalagens de água eram de vidro. Podíamos jogá-las no chão que dificilmente quebrariam. Hoje, são todas de plástico. Após o consumo vão diretamente para o lixo”.

A mesma preocupação esteve presente na palestra da engenheira agrônoma e integrante da equipe de facilitadores do Canteiro Consumo Ético-Responsável, promovido pela Aliança por um Mundo Responsável Plural e Solidário, Glaci Campos Alves. Ela lembrou que já na década de 80, o movimento ecológico gaúcho começou a questionar a forma de consumo. Mesmo assim, Glaci entende que no Brasil ainda há pouca informação. “Somos privilegiados e ainda participamos de pequenas redes. Conseguimos resgatar o conceito de consumo, mas como chegar a um número maior de pessoas e mudar seus hábitos?”, pergunta ela para a platéia. Por sinal, uma platéia muita interessada e composta por pessoas de vários estados do país.

Com o tema “Conquistando a Soberania Alimentar”, o 1º Congresso Brasileiro de Agroecologia, 4º Seminário Internacional e 5º Seminário Estadual sobre Agroecologia, prossegue até a sexta-feira (21), no Centro de Eventos da PUC. Na programação estão incluídos temas como Diversidade Ecológica e Sóciocultural, Protagonismo e Participação Social, o Papel da Ciência na Promoção da Soberania Alimentar, além de Ética e Soberania Alimentar.

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Texto de Jornalista Juarez Tosi - Juarez@ecoagencia.com.br  e foto de Carlos Stein - stein@ecoagencia.com.br - para a EcoAgência de Notícias - www.ecoagencia.com.br 

Última atualização: 06 setembro, 2011 - © EcoAgência de Notícias - NEJ-RS e PANGEA
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