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Transgênicos ameaçam vida e alimento no Planeta

Afirmação é de equatoriana, durante Seminários sobre Agroecologia, em Porto Alegre.

Exclusivo da EcoAgência - 19 nov 2003

Porto Alegre, RS - "Ter soberania alimentar é ser capaz de manter a auto-suficiência e controlar uma tecnologia", afirma a agrônoma Elisabeth Bravo, professora de Biodiversidade na Universidade Politécnica Salesiana, do Equador, e integrante da ONG Ação Ecológica, sediada em Quito. Elisabeth Bravo participou do painel sobre Diversidade Ecológica e Sociocultural, na manhã de quarta-feira, dia 19, durante 4º Seminário Internacional e 5º Seminário Estadual sobre Agreocologia. Os eventos acontecem até sexta-feira, dia 21, no Centro de Eventos da PUC, em Porto Alegre, e reúnem mais de 3 mil pessoas.

A palestra da equatoriana foi sobre "Ajuda alimentar e transgênicos: uma ameaça à soberania alimentar". Elisabeth Bravo analisa a soberania alimentar como a capacidade de ser auto-sustentável, controlando o uso e das tecnologias. "Soberania alimentar é uma forma mais integral do que segurança alimentar, que é garantir o acesso das pessoas ao alimento", explica.

Bravo destaca que os transgênicos são desenvolvidos por empresas que detêm as patentes, "os direitos autorais". Por isso, são vendidos em pacotes, através de contratos, onde o produtor se compromete a comprar os insumos da empresa, a não vender ou multiplicar as sementes e, no caso dos Estados Unidos e Canadá, os agricultores se submetem a frequentes fiscalizações da multinacional detentora da patente".

ESPERANÇA

A professora de Biodiversidade no Equador é enfática a dizer que o transgênico não vai resolver a fome no mundo, mas vai garantir a produção de óleo de soja e de alimentos e rações para os animais da Europa. No Equador, não há cultivo legal de transgênicos, mas o Governo de lá liberou a comercialização de óleo de soja transgênico, importado dos Estados Unidos, além de suplementos alimentares para crianças e para enfermos terminais da Aids.

Quanto à liberação dos transgênicos no Brasil, Elisabeth Bravo "vê com pena e preocupação, pela esperança que havia, no mundo, de que o Brasil não liberasse a soja transgênica", diz ela, ao explicar a existência de um certo equilíbrio na produção mundial, com os Estados Unidos e a Argentina produzindo transgênicos e o Brasil não. "No momento em que o Brasil aceita produzir transgênicos, todos os outros países podem dizer "sim" aos transgênicos". Entre esses países, a professora cita a Bolívia e o Paraguai, que vendem soja para o Brasil revender e que a partir de agora poderão vender soja geneticamente modificada.

Para Elisabeth Bravo, a liberação dos transgênicos no Brasil "foi um impacto muito grande para toda a humanidade, e que preocupa especialmente os países latino-americanos, pois a ameaça dos transgênicos para a soberania alimentar do Planeta está cada vez mais concreta". Como alternativa, Bravo destaca a busca por modelos mais ecológicos.

Texto da Jornalista Adriane Bertoglio Rodrigues, especial para o Ecoagência de Notícias - adriane@ecoagencia.com.br 


Última atualização: 09 fevereiro, 2012 - © EcoAgência de Notícias - NEJ-RS e PANGEA
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