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FSM NA ÍNDIA

Mumbai, um soco de realidade

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24 jan 2004

Mumbai, Índia – A realização na Índia do IV Fórum Social Mundial, encerrado nesta quarta-feira deixou uma marca indelével neste movimento, que sofre dores de crescimento aos 4 anos de idade. Ao término do encontro, a distância entre ricos e pobres ficou clara para seus participantes a poucos metros da sede da reunião, no porto de Mumbai. Também mereceu destaque no mesmo sentido a grande participação no FSM de grupos indianos marginalizados, como os dalits, ou intocáveis (a casta social mais inferior para a religião hindu), ou os trabalhadores sociais

Muitos veteranos das edições anteriores do Fórum, realizadas em Porto Alegre, dessa maneira deram um rosto aos problemas contra os quais dizem ter combatido sempre. A mescla de assuntos considerados pelas 150 mil pessoas que participaram do FSM em um país onde a maioria de seus 1,1 bilhão de habitantes é de pobres demonstra a evolução da conferência. Agora, esta organização não é o simples movimento internacional de protesto dedicado fundamentalmente a um único assunto – o atual curso do processo de globalização – que nasceu na capital gaúcha em 2001.

O FSM aumentou sua crescente confiança em si mesmo ao deixar que a Ásia meridional, a região anfitriã, expusesse suas maiores preocupações. Desse modo, o movimento colocou entre suas prioridades novos problemas, como a discriminação por etnia, gênero e casta e o fundamentalismo religioso, por exemplo. Esta tendência é bem-vinda por alguns dos ativistas brasileiros presentes em Mumbai junto com pessoas de outros 140 países. “Os problemas da Índia, como as castas, deveriam ser abordados”, disse à IPS o escritor Jéferson Assunção, natural de Porto Alegre.

Para Ana Paulo Stock, uma estudante universitária também da capital gaúcha, o sabor sul-asiático do FSM este ano serviu para abrir os olhos dos participantes de outras partes do mundo. “Os latino-americanos não temos conhecimento do verdadeiro alcance da discriminação de castas, por isso para nós foi um ensinamento ver o espaço aberto para os dalits. Creio que eles também se sentiram motivados pelo apoio internacional que receberam no FSM”, afirmou. Homens e mulheres dalit fizeram-se notar no fórum com coloridos protestos, muitos deles com baile, música e canto.

Também fizeram uma caminhada de sete quilômetros até o distante centro de Mumbai, na quarta-feira, dia do encerramento do encontro. A manifestação atravessou o parque onde o herói nacional da Índia, Mahatma Gandhi, pregava a luta não-violenta contra os colonizadores britânicos. O protesto – que teve participação de 30 mil pessoas, segundo os organizadores, e 10 mil para as autoridades – foi encabeçada por monges tibetanos. Alguns participantes carregavam cartazes de oposição à invasão do Iraque liderada pelos Estados Unidos.

Esta caminhada refletiu os ares de carnaval que refrescaram, desde o dia 16 passado, na sede do FSM, no distrito de Goregaon, uma populosa zona coberta de árvores tropicais e miseráveis edifícios outrora borbulhante de atividade industrial. Agora que a Índia deixou sua marca no FSM, os organizadores do fórum consideram a possibilidade de levar sua sede à África subsaariana, provavelmente em 2006. No próximo ano, o encontro voltará a acontecer no Brasil. Até então, os 1.200 debates, conferências e grupos de trabalho do FSM estiveram sob um ar de descontentamento que fazia prever as dificuldades que terá a sexta edição em 2005.

O surgimento da Resistência Mumbai 2004, uma conferência paralela que considera o FSM extremamente fraco em sua oposição ao atual curso da globalização, semeia dúvidas sobre a direção atual do Fórum. Ativistas ouvidos pela IPS também consideraram que o FSM continua mantendo distância dos pobres e desvalidos, e muitos participantes do Norte rico admitiram que seu primeiro contato com a miséria foi esta semana na Índia. “Não estamos comprometidos com a classe operária. Não nos compreendemos mutuamente. O processo que deu origem ao nosso movimento não começa pela base”, disse o escritor britânico George Monbiot, para quem apenas uma agenda radical poderá salvar o FSM da irrelevância. “Estamos nos convertendo em uma organização vertical. Os intelectuais internacionais capturaram o movimento”, advertiu.

Por sua vez, a jornalista Indonésia Maria Hartiningsih, do jornal Kompas Daily, considerou que o FSM “vinha sendo, até agora, um fórum de pensadores, mas, nesta edição foi dominado pelas bases. Espero que a brecha diminua no ano que vem”, acrescentou. Outros participantes qualificaram de conservador o secretariado permanente do Fórum. “Dizem tentar mudar o mundo declarando que outro mundo é possível, mas sem dizer como. Não há agenda de ação para apoiar tão impressionantes palavras. Isto é uma piada”, disse à IPS o dirigente do Partido Comunista da Índia. D. Raja.

“Se escolherem ignorar os chamados à ação, o FSM se converterá em cadáver”, disse à IPS o cientista político tailandês Ji Ungpakorn. Mas, tais críticas não se sustentam “se considerar-se o FSM como um espaço para jogar idéias sobre a mesa e depois consolidar o apoio”, disse um dos organizadores do Fórum, Gautam Modi. “O resto cabe aos indivíduos. Não nos dedicamos à política para indicar direções, mas para determinar nosso próprio destino”, acrescentou. (IPS/Envolverde

Por Marwaan Macan-Markar - Este material foi produzido pela Inter Press Service e distribuído pela Agência Envolverde (http://www.envolverde.com.br)


Última atualização: 14 maio, 2014 - © EcoAgência de Notícias - NEJ-RS e PANGEA
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