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Cantadores Timbira mostram sua poética no Maranhão

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Em encontro inédito, povos timbira exibirão a delicada visão da natureza contida em seus cantos rituais


Foto de Luna Rego

Brasília, DF - A riqueza dos cantos rituais timbira estará em exibição entre os dia 2 e 6 de fevereiro na cidade de Carolina, no sul do Maranhão, durante um evento que deve reunir 130 cantadores e cantadoras tradicionais de seis povos que vivem na região. O Primeiro Encontro de Cantadores Timbira é parte de um projeto de documentação e de fortalecimento cultural denominado Arquivo Musical Timbira, desenvolvido pelo CTI (Centro de Trabalho Indigenista) desde 1996. Esse projeto foi um dos 12 selecionados pelo Programa Petrobrás Música entre 466 propostas apresentadas em 2002.

“É a primeira vez que estarão reunidos tantos increlcatê (os cantadores) e tantas hõkrepôj (as cantadoras) num mesmo lugar. Será uma ocasião de intensa troca de repertórios”, afirma a antropóloga e coordenadora do CTI, Maria Elisa Ladeira, que integra um grupo de pesquisadores que há 20 anos investiga o modo de vida dos Apinajé, Krahô, Apanjêkra-Kanela, Ramkokamekra-Kanela, Pykobjê-Gavião e Krikati, os seis povos timbira que vivem entre o sul do Maranhão e o norte do Tocantins, em uma região de transição entre o cerrado e a floresta amazônica.

Poética da natureza

Ainda pouco pesquisado, o cancioneiro timbira é parte fundamental da vida ritual desses povos, organizada em torno das estações seca e chuvosa. “Na estação seca há um conjunto de rituais que se distinguem dos rituais que marcam a estação chuvosa. Essa dualidade é tão importante na cultura dos Timbira que todos os humanos, no momento em que nascem e recebem seus nomes, passam a pertencer a uma dessas duas metades de seu cosmos”, esclarece a antropóloga.

Durante as duas estações, os Timbira se dedicam a uma intensa vida ritual, com festas e reuniões em que são entoadas uma grande diversidade de cantos tradicionais. Cada um desses cantos tem seu momento preciso e uma forma específica de ser cantado. O domínio desse repertório confere prestígio ao cantador, propiciando convites para festas e atividades rituais em outras aldeias. “Os cantos do hõkrepôj, por exemplo, são um conjunto de observações sobre a natureza e essa poética não tem um sentido linear. Trata-se de um descrição estética de detalhes mundo natural, cuja relação faz sentido sob o modo de ver dos Timbira”, informa Maria Elisa Ladeira.

Repertório valorizado

O encontro de Carolina propiciará um contato privilegiado de velhos cantadores e cantadoras com jovens que estão sendo formados na arte dos cantos timbira. É essa relação entre gerações que está no cerne do projeto Arquivo Musical Timbira, uma atividade do Programa de Educação e Referência Cultural do CTI em parceria com a associação timbira Vyty-Cati: seu objetivo de longo prazo é estimular os jovens timbira a uma constante valorização de seus repertórios rituais, visando assegurar sua identidade cultural por meio da língua e da música.

O projeto envolve a realização de oficinas periódicas nas quais jovens selecionados em suas respectivas aldeias são treinados para coletar, organizar e cuidar do acervo de cantos presentes em seu cotidiano. “A circulação e o intercâmbio do material gravado entre as aldeias vêm fortalecendo a prática musical e estimulando o interesse entre os índios pela continuidade dessa prática, sobretudo nas comunidades onde, em virtude das conseqüências do contato com a sociedade do entorno, esse patrimônio musical encontrava-se enfraquecido”, explica a etnomusicóloga Kilza Setti, coordenadora do projeto.

Além do repertório recolhido pelos Timbira, o atual acervo de cantos rituais tem registros feitos por pesquisadores não-índios desde a década de 70. Com o apoio do Programa Petrobrás Música, parte desse acervo, a ser selecionado pelos índios no encontro de Carolina, será gravado em CD. No futuro, todo esse material será copiado e digitalizado, ficando à disposição para uso dos próprios índios e de pesquisadores.

Mais informações:

Texto de Marco Antonio Gonçalves


Última atualização: 29 maio, 2014 - © EcoAgência de Notícias - NEJ-RS e PANGEA
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