NACIONAL - Lutzenberger e a Paisagem

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NACIONAL - Lutzenberger e a Paisagem - Exclusivo

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EcoAgência - 07 fev 2004

Porto Alegre, RS - Lutzenberger e a Paisagem é o projeto ao qual o engenheiro agrônomo, fotógrafo e paisagista Paulo Backes está se dedicando neste momento. Quando concluído, o trabalho resultará em um livro, com lançamento previsto para novembro de 2004. A idéia surgiu a partir da convivência de alguns anos com o ecologista José Lutzenberger, com quem trabalhou como paisagista. Para ele, o mestre tinha uma visão científica, mas também enfatizava muito a estética. “Lutz procurava trabalhar com o todo, para que o todo fosse ambientalmente correto, esteticamente bonito e ecologicamente sustentável”, explica.

Ao citar os trabalhos paisagísticos de Lutzenberger no Rio Grande do Sul – o Parque da Guarita, em Torres; o Parque da Riocell, em Guaíba; algumas praças em Porto Alegre; e o Rincão Gaia, em Pantano Grande –, Backes ressalta a preferência do realizador pela recuperação de áreas degradadas. “Não se trata de preservação de paisagem natural exclusivamente. O paisagismo dele pressupõe a intervenção humana, de que maneira o homem intervém, podendo, inclusive, consertar os estragos que ele próprio fez”, analisa.

Na opinião do autor do projeto, a importância da obra de Lutzenberger nesta área é o permanente diálogo com o espaço, com a natureza. Ao contrário do clássico pressuposto do paisagismo tradicional – que, ao ocupar um território, simplesmente primeiro arrasa-o, faz terraplanagem, constrói as casas e depois vai fazer o jardim -, ele gostava de dialogar com o já existente, mexendo em algumas coisas e deixando outras como estavam. Backes informa que em algumas de suas obras, Lutz nada plantou, só manejou a paisagem, a vegetação já existente.

“Entretanto, para conseguir que as pessoas enxerguem isso, é preciso sensibilizá-las da beleza existente tanto na macropaisagem quanto em um pequeno jardim, com os componentes de cada ambiente: a vegetação espontânea, a fauna, os laguinhos”, avalia Backes. Isto explica porque Lutzenberger trabalhava tanto no sentido de educar as pessoas a enxergarem a paisagem, a valorizá-la e a ter um processo de mais harmonia com ela.

Para maiores informações visite: www.paulobackes.com.br

Guta Teixeira – exclusivo para EcoAgência de Notícias
gutateixeira@yahoo.com.br

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