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Paraná tem 4 mil produtores de soja orgânica

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Especial para a EcoAgência de Notícias – 13 fev 2004

Cascavel, PR - Diante dos 18 milhões de hectares da sojicultura brasileira, a área de soja orgânica no Paraná é pequena. Na safra 2003/2004, estão cultivados apenas oito mil hectares. Mas olhando de perto a dimensão social, ecológica e econômica aumenta. Ao todo são 4 mil produtores paranaenses produzindo a oleaginosa no sistema ecológico em pequenas propriedades.

E este número só não é maior porque os novos agricultores que aderiram ao sistema no oeste paranaense tiveram muitas dificuldades no manejo das ervas daninhas, por falta de conhecimento técnico. A pesquisa ainda engatinha na agricultura orgânica, e a extensão rural não dá conta da demanda de trabalho, apesar da Emater-PR já ter 75 profissionais qualificados para atuar em sistemas ecológicos.

Outro fator que retraiu a área da soja orgânica nesta safra foi a redução da diferença paga entre o produto ecológico e o convencional. Isto ocorreu porque os preços da soja dispararam na Bolsa de Chicago em função da quebra da produção dos Estados Unidos na safra passada. O atrativo econômico reduziu, pois o prêmio pago pela oleaginosa produzida sem venenos perdeu espaço diante do estouro dos preços da convencional.

O mercado da soja orgânica convive com uma contradição. Quem consome é o rico europeu. Engana-se quem acha que soja só serve para alimentar suínos e aves. Ela também é usada para alimentação humana, principalmente no Japão, Estados Unidos e Europa. O mercado de orgânicos vem crescendo entre 10% e 15% ao ano. Mas até quando?

“O pobre fornece ao rico, e o rico fornece em larga escala para o pobre consumir. O certo seria o pobre também consumir comida sem agrotóxicos. Um caminho pode ser o mercado solidário e as certificadoras participativas, a exemplo da Ecovida  que iniciou no Rio Grande do Sul”, avalia o engenheiro agrônomo da Emater de Medianeira (PR) Egídio Gotardo.

A conversão

O agrônomo Egídio Gotardo explica que para fazer a conversão para o sistema orgânico, em primeiro lugar o produtor precisa as informações técnicas de como tratar o solo. Depois evoluir para as culturas (vegetal e animal) e posteriormente toda a propriedade. Também é preciso uma certificadora para exportação ou regionais, com menos restrições.

O produtor precisa entrar em um período de conversão, entre 18 e 36 meses conforme a cultura. Neste período ele produz dentro dos padrões exigidos pelas certificadoras, mas ainda sem o preço diferenciado e nem a classificação de produto orgânico. É o tempo necessário para limpar o solo e para adaptação das pragas e doenças.

O agricultor ecologista tem que conhecer biologia, os insetos e a sua cadeia alimentar, o processo ecológico. A vistoria das lavouras deve ser mais constante. Esta necessidade maior de informações, em relação às lavouras tradicionais, dificulta a expansão da agricultura orgânica.

“Nem a extensão, nem a pesquisa e nem o agricultor estão preparados para responder às exigências do consumidor. A cabeça desta família deve estar bem preparada para todas as dificuldades. São mudanças filosóficas. Um alto nível de informações técnicas é necessário para o agricultor se sustentar com o sistema orgânico”, adverte Gotardo.

Controle biológico

Doenças e pragas também podem ocorrer no sistema orgânico, mas há controle biológico. Para as pragas da soja, tem o baculovírus e o dipel. Também é possível controlar o percevejo. Para as doenças existem preparados, como o Supermagro. Porém, na questão das ervas o controle é com capina mesmo.

Os produtores que estão plantando orgânico no Paraná são os pequenos, em média com 3,5 hectares. As lavouras exigem muito trabalho manual. Por isso os grandes produtores têm dificuldade de se adaptar ao sistema porque é muito difícil controlar as ervas concorrentes. “O banco de sementes no solo tem 1 milhão de sementes por m2. Na faixa de 2 a 5 centímetros de profundidade, todo ano elas germinam. Como o sistema é convencional na maioria das propriedades, estas sementes levantam. Pode levar até 10 anos para reduzir este estoque de sementes de ervas daninhas”, avalia Gotardo.

A partir do quarto ou quinto ano, conforme a certificadora, o agricultor não tem que certificar mais a cultura, mas a propriedade inteira. Aí entram os animais (suínos, aves, bovinos etc.), a base ecológica (mata ciliar, reserva legal) e as culturas orgânicas de grãos e as de subsistência, fechando o ciclo. E muitas vezes a propriedade está cercada por cultivos tradicionais, e precisa de barreiras de proteção.

Consumo humano

O pesquisador Lineu Domit, da Embrapa Soja de Londrina (PR) percebe uma demanda muito grande de informações sobre o sistema de produção de soja orgânica. Através de uma parceria com a Emater-PR, variedades de soja para o consumo humano, plantadas em um sistema ecológico foram apresentadas pela Embrapa durante o Show Rural Coopavel, de 9 a 13 de fevereiro em Cascavel (PR).

Entre elas a BR 36, lançada em 1990, e já conhecida entre os importadores europeus. É uma soja tradicional, com as características que o mercado orgânico procura: graúda, hilo claro, gosto mais suave. E a BR 213, uma variedade de ciclo precoce, resistente ao nematóide. Ela não tem o gosto rançoso característico, pois não tem as enzimas lipoxigenase. “Ela deve ocupar um espaço interessante no mercado”, prevê Domit.

A Embrapa também apresentou a BR 216 especial para a culinária japonesa, para um alimento fermentado chamado natô. Como ela tem uma semente pequenininha, ela facilita o processo de fermentação.


Mais informações:

·        Emater do Paraná - www.emater.pr.gov.br

·        Rede EcoVida - www.ecovida.org.br

·        Embrapa - www.cnpso.embrapa.br

 

Texto do Jornalista Roberto Villar Belmonte, especial para a EcoAgência de Notícias – www.ecoagencia.com.br


Última atualização: 04 julho, 2014 - © EcoAgência de Notícias - NEJ-RS e PANGEA
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