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LOCAL

Safra de soja transgênica no Rio Grande do Sul
em debate na Terça Ecológica

Promoção do Núcleo de Ecojornalistas (NEJ/RS) será realizada na próxima terça-feira, dia 9

Especial para a Ecoagência de Notícias - 3 março 2004

Porto Alegre, RS - O Brasil é hoje o único país que pode oferecer grãos não transgênicos em larga escala para o mercado mundial, pois a produtividade vem crescendo, principalmente na região do Centro-Oeste. A informação é do pesquisador e doutor em engenharia de produção pela Universidade Federal de Santa Catarina, Leonardo Melgarejo, que será o palestrante no próximo dia 9 de março da Terça Ecológica, promovido pelo Núcleo de Ecojornalistas do Rio Grande do Sul. O evento será realizado no auditório da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da UFRGS (FABICO).  O evento iniciará às 19h30min.

De acordo com Leonardo Melgarejo, a produtividade dos grãos não transgênicos brasileiros vem sendo maior que a norte-americana. "Com isso", explica, "nosso país está ganhando cada vez mais mercado internacional". No entender do pesquisador, que é também assessor-técnico voluntário da Via Campesina, é necessário que se explique por que o Brasil abriu mão da produtividade da soja não transgênica, já que está ganhando mercado e tem vantagens competitivas em relação a outros exportadores?

Condições climáticas

No ano passado, o pesquisador Leonardo Melgarejo publicou um estudo mostrando que as vantagens da soja transgênica, plantada no Rio Grande do Sul, com sementes contrabandeadas da Argentina, eram duvidosas. Segundo ele, isso só ocorreu devido ao excepcional efeito das condições climáticas e dos ganhos econômicos imediatos.

Em seu estudo "Os transgênicos e a safra de soja 2002-03, no Rio Grande do Sul" (link abaixo), Leonardo Melgarejo provou que a produtividade em regiões com plantio de soja convencional, como Paraná e Centro Oeste, foi maior do que o gaúcho, argentino e, mesmo, o norte-americano. Apesar de não possuir ainda dados oficiais, ele destaca que a previsão para a safra 2003-04 é de que seja menor que a anterior. "Tanto a Argentina, como o Rio Grande do Sul (produtores de soja transgênica), terão produtividade menor, principalmente em função da falta de chuvas. Já o Paraná e o Centro Oeste continuarão na liderança, mesmo com o excesso de chuvas ocorrido naquelas regiões e o surgimento da doença ferrugem asiática"..

Todos esses temas poderão ser debatidos pelos participantes, com o pesquisador Leonardo Melgarejo. O evento, com entrada gratuita, será realizado a partir das 19h30min no auditório da FABICO, localizado na Rua Ramiro Barcellos, 2705, próximo ao Planetário, em Porto Alere. O evento conta com apoio da própria FABICO e do Sindicato dos Jornalistas no Rio Grande do Sul.

Esta edição do projeto Terça Ecológica faz parte da série de eventos preparatórios ao Tribunal Internacional Popular sobre Transgênicos, que se realiza no dia 11 de março, a partir das 8 horas, no Auditório Araújo Vianna. O Tribunal Internacional Popular sobre Transgênicos tem por objetivo garantir a participação ativa da sociedade no debate sobre os alimentos geneticamente modificados e denunciar todos os responsáveis pela introdução e disseminação ilegal das plantas geneticamente modificadas no Brasil, principalmente, no Rio Grande do Sul.

Visite também:

• Saite do Tribunal Internacional Popular sobre Transgênicos - www.transgenicosnotribunal.org

• Os transgênicos e a Safra de Soja 2002-03 no Rio Grande do Sul - íntegra do texto de Leonardo Melgarejo - formato PDF, 13 páginas com gráficos e tabelas - 196 kb

Jornalista Juarez Tosi – Juarez@ecoagencia.com.br - Especial para a Ecoagência Solidária de Notícias Ambientais - www.ecoagencia.com.br