Porto Alegre, RS - O Tribunal Internacional Popular dos Transgênicos iniciou às 9h20min, com um público de mais de 3 mil pessoas. O presidente do Tribunal do Júri, juiz José Felipe Ledur, integrante do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região, destaca o evento como sendo resultado da mobilização de entidades sociais e jurídicas. “A iniciativa é cidadã, de base constitucional”, afirma.
Durante a manhã, peritos e testemunhas apresentam considerações sobre a introdução ilegal de transgênicos no Brasil. Além do crime de contrabando, serão analisadas a soberania, a relação econômica, a defesa do consumidor e o respeito às práticas culturais dos agricultores.
EXPECTATIVAS E DEFESAS
Para o deputado Estadual Elvino Bohn Gass (PT), é grande a expectativa do Tribunal, pela oportunidade de se fazer um debate plural, “onde todas as opiniões estarão manifestadas”, diz, ao lamentar a entrada de soja “pirata”, a partir do efeito unilateral que ocasionou a falta de informações e o desrespeito ao princípio da precaução. “Parecia que só tinha uma voz, a dos interlocutores da Monsanto”, diz Bohn Gass.
A ambientalista Magda Renner, da ONG Amigos da Terra, diz estar surpreendida com o interesse do público sobre os transgênicos. “Espero que os políticos se unam e saibam da responsabilidade que têm em criar uma legislação como a da Biossegurança, cuja votação pelo Congresso Nacional está prevista para abril deste ano. Essa seria uma grande vitória do movimento ecológico”, afirma Magda Renner.
Para ela, a população deve se informar mais sobre o que são e os riscos que podem provocar os transgênicos. “Devemos defender a rotulagem e os cuidados com a votação da Biossegurança, pois é preciso saber e ter responsabilidade para votar”.
Jornalista Adriane Bertoglio Rodrigues, Especial para a Ecoagência de Notícias - www.ecoagencia.com.br