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NACIONAL

Ecomídias apóiam criação do GT da Informação Ambiental

Mas associação quer que se defina função social do grupo de mídias que atua na área ambiental

 

23 março 2004 – Especial para a EcoAgência de Notícias

São Paulo, SP - A decisão da Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que deverá assinar nesta semana a portaria que institui o Grupo de Trabalho sobre Comunicação e Informação Ambiental, conforme antecipou o secretário executivo do órgão, Cláudio Langone, é um avanço para o setor, mas ainda será necessário que se defina o destino e a função social do grupo de mídias que atua na área ambiental há anos e que tem um currículo de muitos serviços prestados. Essa é a avaliação do Coordenador Geral da Associação Brasileira de Mídias Ambientais (Ecomídias) e diretor de redação do jornal Terramérica, Adalberto Marcondes.

Ele acompanhou, no último final de semana o II Encontro da Rede Brasileira de Jornalismo Ambiental em São Paulo, quando o secretário Cláudio Langone fez o anúncio. “Participei do grupo que encaminhou a proposta durante Conferência Nacional em Brasília, mas tenho medo de que o GT fique apenas nos aspectos de difusão da informação ambiental pelos canais oficiais e através das ONGs”, destaca Adalberto Marcodes.

Durante o Encontro da Rede Brasileira de Jornalismo Ambiental eu disse ao Langone que não quero donativos do governo para as mídias ambientais. O que desejo, e não estou sozinho nisto, é que as mídias ambientais sejam parte do plano de mídia do governo e que seja destinado a elas uma parte dos recursos que vão para às mídias em geral”, acrescentou. A associação quer que o governo e suas empresas passem a utilizar, quando "compram mídia" critérios técnicos também na avaliação e valoração do conteúdo que está sendo financiado com aquela publicidade.

Adalberto Marcondes acrescenta que algumas mídias o governo compra por volume, outras porque interessa à sociedade receber aquele tipo de informação. “A Constituição”, no seu entender, “prevê o direito do cidadão à informação. No entanto, nenhum instrumento garante que a informação, mesmo disponível, possa chegar ao público, uma vez que existem custos nesta transferência de conhecimento”.

O coordenador geral da Ecomídias vai mais adiante e afirma que o que deve ser abordado é a questão do financiamento à informação no Brasil, e isto não se limita ao meio ambiente. “Não existem mecanismos para financiar a transferência de conhecimento através do jornalismo para a sociedade”, diz. Para ele, “as agências de publicidade têm como critério na hora de irrigar o mercado editorial, a quantidade de leitores/espectadores. Já, os jornais, por seu lado, não mais têm como foco do negócio a venda de Informação ao público, mas a venda de público às agências”. Com isso, conclui, o que espero no GT é uma reversão de ao menos uma ínfima parte deste problema, com a aplicação transversal dos conceitos ambientais também na distribuição das verbas de publicidade do governo.

O que são os Ecomídias

Criada em 1999, a Associação Brasileira de Mídias Ambientais (Ecomídias) é uma iniciativa pioneira na direção da democratização da informação ambiental e fortalecimento das empresas que se dedicam a publicações direcionadas ao meio ambiente. O grupo reúne publicações impressas como o Jornal do Meio Ambiente, Folha do Meio Ambiente, Estado Ecológico de Minas, Terramérica, AgirAzul, revistas Eco.21, Ecologia & Desenvolvimento, Meio Ambiente Industrial, Saneamento Ambiental e Gerenciamento Ambiental, além dos veículos digitais, entre os quais o saite da COM-MAM, cujas tiragens somadas atingem cerca de 1,5 milhões de exemplares mensais.

De acordo com um de seus fundadores e editor do Jornal do Meio Ambiente, Vilmar Berna, “para que haja a efetiva democratização da informação, a primeira grande barreira a ser vencida é o verdadeiro bloqueio econômico de agências de publicidade, secretarias de comunicação de governos e departamento de comunicação de grandes empresas, que simplesmente fingem desconhecer este segmento, apesar de sua importância como agentes de disseminação de informação ambiental. Apesar do reconhecimento público da importância das mídias ambientais, não é só a ampliação da tiragem, do número de páginas e da periodicidade que está ameaçada, mas a própria continuidade dos atuais veículos.”

“Os recursos para publicidade, quando existem”, destaca Vilmar Berna, “são desviados primeiro para a mídia de massa das capitais, depois para as mídias de massa do interior e só por último e eventualmente, para as mídias especializadas, como a do segmento ambiental. O que parece uma simples questão econômica, na verdade tem sido uma forma de impedir o crescimento e até a manutenção de veículos de meio ambiente, que são estratégicos para a democratização da informação ambiental no Brasil”.

Conheça algumas das publicações da EcoMídias:

·        Jornal do Meio Ambiente - http://www.jornaldomeioambiente.com.br

·        Jornal Terramerica e Agência Envolverde - http://www.envolverde.com.br

 

Texto do Jornalista Juarez Tosi (juarez@ecoagencia.com.br), especial para Ecoagência de Notícias - http://www.ecoagencia.com.br.


Última atualização: 06 setembro, 2011 - © EcoAgência de Notícias - NEJ-RS e PANGEA
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