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CONGRESSO SAÚDE AMBIENTAL

Amianto ainda faz muitas vítimas no Brasil

29 abril 2004

Porto Alegre, RS - Os perigos da exposição humana ao amianto foram debatidas no I Congresso de Saúde Ambiental nessa quarta-feira (28), pela gerente do Projeto Amianto do Ministério do Trabalho, Fernanda Gianassi. Segundo ela, existem no Brasil, mais de 2,5 mil vítimas, que esperam por indenizações das empresas exploradoras do mineral. O amianto, que movimenta mais de US$ 100 milhões anuais, é utilizado em mais de três mil produtos.

"Além das doenças nos trabalhadores, a exploração das jazidas, de forma predatória, causa grande impacto ambiental nas regiões onde estão instaladas", afirma. Os principais malefícios do contato humano com as fibras do mineral são a formação de câncer na membrana que envolve os pulmões (Mesotelioma), câncer de pulmão e comprometimento da capacidade respiratória (Asbestose). Fernanda revela que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária só é acionada quando ocorrem denúncias. "Infelizmente, não conseguimos fazer o controle epidemiológico dos resíduos do amianto, devido a localização das empresas que ficam em regiões onde o controle e vigilância são precários", diz.

No Rio Grande do Sul, o Ministério da Saúde investiga a existência de jazidas nas cidades de São Sepé, São Gabriel e Rio Pardo. Do total da produção brasileira, 60% é utilizada pelo setor de cimento. Cerca de 25% é exportada, principalmente para a América Latina e Japão, enquanto que os 15% restantes vão para outros setores industriais brasileiros: metalurgia, têxtil, químico, plásticos e construção civil. Centenas de pequenas empresas

Na manhã dessa quarta-feira, as atividades do Congresso contaram com a participação do representante da Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, Jorge Luiz de Azevedo, que debateu a regulamentação e as estratégias para o controle de agrotóxicos no Brasil. Segundo Azevedo, o grande impulso que o agronegócio deu às exportações brasileiras, contribuindo para a elevação do Produto Interno Bruto, trouxe um aumento na utilização do amianto.

Em recente estudo da ANVISA, foram analisadas 1.278 amostras de alface, banana, batata, cenoura, laranja, maçã, mamão, morango e tomate. Segundo os técnicos, em 233 dos alimentos foram encontradas graves irregularidades. O morango foi o alimento analisado que estava mais comprometido com agrotóxicos. Quase metade das amostras da fruta analisadas apresentavam contaminação. Outros produtos bastante comprometidos são o tomate, a batata e o mamão.

Conforme Azevedo, o consumo de alimentos com altas taxas de agrotóxicos já contaminou mais de 3 milhões de pessoas. Ele cita, como exemplo, os Estados Unidos, onde já foram registrados mais de 10 mil casos de câncer. "Cerca de 1% dos casos registrados de câncer acontecem devido ao uso extensivo de agrotóxicos, que também afetam a reprodução e o desenvolvimento humano", explica. De acordo com Azevedo, o Brasil é um dos únicos países do mundo onde existe uma lei que regulamenta o uso dos agrotóxicos. "Estamos amparados legalmente para evitar a contaminação na população."

Mais informações no saite:

 

Assessoria de Imprensa do Congresso


Última atualização: 06 setembro, 2011 - © EcoAgência de Notícias - NEJ-RS e PANGEA
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