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CARVÃO

Lançada a articulação  "Carvão Não" em Porto Alegre

Será lançado o livro “Carvão, a Energia de Ontem”

25 maio 2004

Porto Alegre, RS - Um dia após o anúncio da compra de uma termelétrica a carvão pelo governo brasileiro na China, começou a ser articulado um movimento nacional para impedir construção de novas usinas térmicas na região Sul do país. Sob o nome de “Coalizão Carvão Não !”, passam a trabalhar em conjunto entidades como Greenpeace, Núcleo Amigos da Terra/Brasil - NAT/Brasil, AGAPAN - Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural e Sócios da Natureza, com o apoio do Fórum Brasileiro de Ongs e Movimentos Sociais (FBOMS) e da Federação de Entidades Ecológicas Catarinenses (FEEC).

“Há um poderoso lobby da indústria do carvão atuando junto ao governo federal e ao Congresso Nacional. Precisamos somar nossos esforços aos de outros setores da Sociedade para evitarmos o avanço dessa energia do passado, principalmente no momento em que o mundo todo se reúne para promover as fontes renováveis, na Conferência de Bonn disse Sérgio Dialetachi, coordenador da campanha de energia da Greenpeace.

Entre as usinas a carvão em vias de instalação ou licenciamento estão as de Jacuí, Candiota III e Seival (no Rio Grande do Sul), Usitesc (em Santa Catarina) e Figueira II (no Paraná). Também entre essas usinas está a de Cachoeira do Sul, cuja assinatura de contrato com a China ocorreu ontem. Embora as nossas reservas de carvão se concentrem nos três Estados do Sul, os problemas econômicos, sociais e ambientais causados por essa indústria se espalham para outras áreas, inclusive de países vizinhos, como o Uruguai.

“A mineração do carvão e a sua queima em termelétricas causa graves impactos ambientais que vão das poeiras criadas na detonação (e que provocam sérias doenças do aparelho respiratório) até a chuva ácida e o aquecimento global” acrescentou Kathia Monteiro, coordenadora executiva dos Amigos da Terra/Brasil.

Para Edi Fonseca, presidente da AGAPAN, “é difícil acreditar que projetos como Jacuí e Candiota III, paralisados há mais de 20 anos por inviabilidade econômica e ambiental e até considerados já parte da história do movimento ambientalista gaúcho, retornem numa época de esforços evidentes para a expansão das energias renováveis”.

Em países como a Inglaterra, França e Alemanha, o carvão tem sido substituído por outras fontes de energia. Dentre as razões para essa troca estão o legado de destruição ambiental e os impactos sobre a saúde humana deixados pela indústria carbonífera. “O carvão é o combustível fóssil que emite a maior quantidade de gases que causam o efeito estufa por unidade de energia gerada” salientou Lucia Ortiz, coordenadora do GT Energia do Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais.

Segundo Tadeu Santos, da Federação de Entidades Ecológicas Catarinenses, “os efeitos nocivos da indústria carbonífera em Santa Catarina são óbvios: a bacia do rio Araranguá está entre as mais poluídas do Brasil em decorrência da mineração de carvão”.

Primeiros Passos da Coalizão CARVÃO NÃO !

Como parte das atividades de divulgação do problema, as entidades da coalizão lançarão hoje (25), às 19h, no Café da Usina (dentro da Usina do Gasômetro, na av. João Goulart 551), em Porto Alegre, o livro “Carvão, combustível do passado”, que relata os malefícios do uso do carvão mineral para a geração de eletricidade e fornece detalhes sobre a situação das usinas já construídas e ainda propostas para o Brasil.

Amanhã, o livro será entregue às autoridades e imprensa gaúchas. O primeiro a receber um exemplar será o Secretário de Minas, Energia e Comunicação do Rio Grande do Sul, Valdir Andrés, às 10h30min, na sede da Secretaria, na av. Borges de Medeiros 1501, em Porto Alegre. Hoje, em programas de rádio, defendeu a vinda do projeto chinês como resultado de um grupo de trabalho instalado pelo atual governo gaúcho.

 

Texto distribuído pela Greenpeace com edição da EcoAgência de Notícias.


Última atualização: 06 setembro, 2011 - © EcoAgência de Notícias - NEJ-RS e PANGEA
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