Energia
Greenpeace alerta: “Ministra Dilma, não vá
a Bonn!
Lançado em Porto Alegre o livro "Carvão - o combustível de
ontem"
26 maio 2004 - Especial para a EcoAgência de Notícias
Porto Alegre, RS - Os ecologistas brasileiros estão
em pé de guerra com o setor energético do governo federal. Da China foi
anunciada no início desta semana a construção de uma termoelétrica a carvão em
Cachoeira do Sul (RS) e entendimentos para exportar urânio bruto e equipamentos
usados no seu beneficiamento para os chineses. E mais. Empresas brasileiras e o
BNDES teriam interesse em participar na construção de onze usinas nucleares na
China.
Tais novidades anti-ecológicas chegam na véspera da
Conferência Internacional de Energias Renováveis que o governo alemão
realizará em Bonn de 1º a 4 de junho (www.renewables2004.de).
E lá a ministra de Minas e Energia do Brasil, Dilma Vana Rousseff, falará em
nome de toda a América Latina. Antes da Alemanha, a ministra, que acompanhou o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China, viaja para a Rússia.
No dia 17 de maio, Dilma Rousseff recebeu por duas horas
representantes das entidades ecológicas WWF-Brasil, Greenpeace,
Grupo de Trabalho Amazônico e Vitae Civilis, todos integrantes do
GT de Energia do Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio
Ambiente e o Desenvolvimento (www.fboms.org.br).
Nesta reunião, segundo relato do Greenpeace, a ministra de Minas e Energia teria
dito que o governo federal não tinha interesse em tocar termoelétricas a carvão
e nem usinas nucleares.
“Se a ministra Dilma Rousseff vai a Bonn fazer oba-oba
em cima do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica
(Proinfa) e continua tocando mega-projetos de carvão e nuclear, é melhor que ela
não vá. Ela será desautorizada pela sociedade civil brasileira. As ONGs,
indústrias e pesquisadores que vão participar da conferência estão querendo uma
política séria de energia renovável. Nós vamos fazer com a China o que estamos
fazendo com o Equador, Peru e Colômbia, empurrando projetos que a gente não quer
no nosso país? Se a Dilma está vendendo carvão e nuclear, ela não representa a
América Latina”, disse o coordenador da campanha de energia do Greenpeace,
Sérgio Dialetachi, durante o lançamento do livro “Carvão – o combustível de
ontem” realizado em Porto Alegre na noite desta terça-feria, 25/5.
“O governo federal diz uma coisa e faz outra. Ainda não
existe dentro do Ibama um processo de licenciamento para esta usina
termoelétrica em Cachoeira do Sul. Há um ano eles pegaram o termo de referência
para o Estudo de Impacto Ambiental na Fundação Estadual de Proteção Ambiental. O
nosso problema é a ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff. Ela conhece os
problemas do carvão. E mesmo assim defende o uso deste combustível como reserva
energética nos momentos de crise. No entanto, os custos econômico, ambiental e
de saúde são inaceitáveis”, avalia a coordenadora executiva do Núcleo
Amigos da Terra Brasil, Kátia Vasconcellos Monteiro.
Combustível de ontem
Capa do livro
O livro “Carvão – o combustível de ontem” foi
lançado na noite desta terça – 25/5 - em Porto Alegre (RS) pelo Núcleo Amigos
da Terra Brasil e pela Greenpeace. Escrita por Silvia Franz Marcuzzo
e José Fonseca, ambos integrantes do Núcleo de Ecojornalistas do Rio Grande
do Sul – NEJ-RS, a obra reúne informações contra o uso energético deste
mineral, mostrando todos os seus impactos nocivos.
A publicação é destinada a dois públicos estratégicos:
tomadores de decisão e formadores de opinião. Ela está sendo distribuída
gratuitamente. Os pedidos podem ser feitos através do saite
www.natbrasil.org. O livro tem 80 páginas com 10 capítulos e um anexo
com propostas para uma Economia Solar Global. Quem assina o Prefácio é o
Secretário Executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, Fábio Feldmann.
“O carvão deve ser deixado na terra ou utilizado para
fins mais nobres, como fazer grafite. Este combustível foi muito importante
durante a revolução industrial mas hoje está ultrapassado”, defende Kátia
Vasconcellos Monteiro, coordenadora executiva do Núcleo Amigos da Terra Brasil.
“O Rio Grande do Sul tem um grande potencial para a
energia dos ventos (eólica) e da biomassa (queima de cavacos de madeira e de
casca de arroz) para complementar a hidroelétrica. Também temos o gás natural,
que é visto por nós como um elemento de transição para energias mais limpas. Não
precisamos mais de termoelétricas a carvão”, explica a ecologista dos
Amigos da Terra.
Saites relacionados:
Texto e reproduções do Jornalista Roberto Villar
Belmonte – Especial para a EcoAgência de Notícias –
www.ecoagencia.com.br
Última atualização:
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