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BIODIVERSIDADE

Ministério do Meio Ambiente pede veto a artigo que revoga aplicação do Código Florestal em áreas urbanas

22 julho 2004

Brasília, DF - Forte repercussão em Brasília da campanha iniciada por entidades ambientalistas a favor do aposição do veto presidencial ao art. 64 do Projeto de Lei nº 2109/99, que revoga a aplicação do Código Florestal em áreas consideradas urbanas. A campanha foi divulgada hoje pela manhã pela EcoAgência de Notícias Ambientais. À tarde, o Ministério do Meio Ambiente, através de sua Assessoria de Imprensa, lançou aos meios de comunicação social a seguinte notícia, que informa a posição do Ministério sobre o assunto:

O Ministério do Meio Ambiente enviou parecer à Presidência da República recomendando o veto ao Artigo 64 do Projeto de Lei 2109/99, aprovado em 8 de julho pelo Congresso Nacional. O texto dispõe sobre o patrimônio de afetação de incorporações imobiliárias, letras e cédulas de crédito imobiliário e dá outras providências, mas, no artigo citado, revoga a aplicação do Código Florestal (Lei 4771/1965) em áreas urbanas. "Solicitamos o veto devido às implicações ecológicas, econômicas, jurídicas e sociais que teria para todo o país", disse o secretário de Biodiversidade e Florestas do MMA, João Paulo Capobianco.

O Código Florestal regulamenta o uso e a conservação florestal e do solo em regiões urbanas e rurais instituindo a Reserva Legal e as Áreas de Preservação Permanente (APPs), que são aqueles espaços que podem ser usados apenas em regime especial ou que devem ser preservados inclusive por questões de segurança pública, respectivamente. Hoje, a Lei 4771/1965 e o Estatuto das Cidades são os pricipais instrumentos para o planejamento urbano, servindo de suporte a municípios e estados, já que muitas administrações incorporaram em suas leis aspectos do Código Florestal.

Outro aspecto de extrema relevância para muitas cidades brasileiras é a manutenção da qualidade ambiental e de vida das populações, sem falar nos chamados riscos socioambientais. Com a correta aplicação do Código Florestal, a vegetação é preservada em topos de morros, nascentes, manguezais, dunas, margens de rios e arroios, por exemplo. Entre os benefícios, é possível citar a conservação da diversidade biológica e dos recursos hídricos, sem falar na proteção do solo, que pode evitar deslizamentos em áreas críticas, com enormes prejuízos humanos e materiais. "O Código Florestal não trata apenas da proteção de florestas e matas, mas também auxilia na manutenção da qualidade ambiental e de vida da população brasileira em meio urbano", disse Capobianco.

De acordo com o secretário do MMA, a sanção do PL 2109/99 com a manutenção do Artigo 64 irá afetar principalmente a Mata Atlântica e a Zona Costeira, onde vive a maioria dos brasileiros. Inúmeros ecossistemas hoje protegidos deixariam de ser considerados como de preservação permanente, por exemplo, colocando em risco os remanescentes da Mata Atlãntica, da qual restam menos de 10% da área original.

Assessoria de Comunicação do MMA, com texto final da EcoAgência de Notícias


Última atualização: 06 setembro, 2011 - © EcoAgência de Notícias - NEJ-RS e PANGEA
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