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BIODIVERSIDADE

Governo Bush defende corte de matas silvestres

24 julho 2004

Washington, EUA - Políticos e grupos ambientalistas dos Estados Unidos repudiaram os esforços do governo para enfraquecer uma norma que protege de corte as matas silvestres e que impede a construção de estradas e a consecução de outros projetos de desenvolvimento. "O governo de George Bush atua segundo os interesses da indústria florestal e às expensas das matas nacionais ao tentar derrubar a Norma de Conservação de Áreas sem Estradas", acusaram a senadora Maria Cantwell e os deputados Jay Inslee, Rosa DeLauro, Maurice Hinchey e Earl Blumenauer, em uma conferência de imprensa no Capitólio, sede do Congresso norte-americano.

A norma, aprovada em janeiro de 2001 depois de mais de duas décadas de debates e três anos de revisão oficial e participação pública, exclui 24 milhões de hectares das terras passíveis de desenvolvimento. Juntas, essas matas têm aproximadamente o tamanho da Grã-Bretanha."Foram realizadas 600 reuniões para discutir o tema e 96% dos participantes apoiaram a norma. Agora, o presidente Bush quer fazê-la em pedaços", afirmou Inslee, em uma entrevista.

Imediatamente depois de assumir a presidência, em janeiro de 2001, Bush suspendeu a aplicação da norma. Mas, em maio do mesmo ano, sob pressão do Congresso e do público, o seu governo prometeu mantê-la, com mudanças menores. Apesar da promessa, no entanto, a administração anunciou grandes mudanças da norma em junho de 2003, e não a defendeu contra uma impugnação da empresa florestal Boise Cascade, da tribo indígena kootenai e do Estado de Idaho, na Corte federal do distrito desse Estado.

A defesa da norma pelo governo foi tão pífia que o juiz citou os próprios argumentos da administração em sua sentença, impondo uma interdição preliminar. O governo então decidiu não defender a norma na Nona Corte Federal de Apelações, apesar da promessa do procurador geral John Ashcroft de que o faria.

A empresa de direito ambiental Earthjustice, em representação de nove grupos ecologistas, apelou à Nona Corte, que, em dezembro de 2002, anulou a interdição de Idaho. O governo renegou na semana passada o seu compromisso de proteger a Norma de Conservação de Áreas sem Estradas, quando a secretária de Agricultura, Ann Veneman, anunciou a proposta para anulá-la. O plano das autoridades é substituir a norma por outra que permita aos governadores solicitar a proteção ou o desenvolvimento de áreas sem estradas em seus Estados.

A derrubada da norma abriria as portas para solicitações de nível estadual de empresas florestais, mineradoras e outras. Há já 50 requerimentos nesse sentido, incluindo a venda de madeira da ilha de Kuiu e a proposta de construir mais estradas na zona. "Isso contradiz diretamente uma emenda da Câmara dos Representantes ao projeto de diretrizes orçamentárias que limita os fundos para estradas florestais em Tongass", disse à IPS Emily Ferry, organizadora comunitária do Conselho de Conservação do Sudeste do Alaska.

O texto é de Eli Cliton

Material produzido para o Terramérica, projeto de comunicação dos Programas das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e para o Desenvolvimento (Pnud), realizado pela Inter Press Service (IPS) e distribuído pela Agência Envolverde.


Última atualização: 06 setembro, 2011 - © EcoAgência de Notícias - NEJ-RS e PANGEA
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