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REJEIÇÃO

Maioria da população não quer transgênicos

Manifestação foi organizada pelo Greenpeace às vésperas da votação
do Projeto de Lei de Biossegurança

 

26 agosto 2004

Brasília, DF - Às vésperas do Senado votar o regime de urgência do Projeto de Lei de Biossegurança, o Greenpeace realizou nesta quarta-feira (25) um protesto em Brasília lembrando aos parlamentares que a ampla maioria (73%) dos brasileiros rejeita os transgênicos, segundo pesquisa realizada em dezembro passado pelo IBOPE. Diante do Congresso, ativistas da organização ambientalista colocaram um mastro em cima de uma caminhonete e hastearam uma bandeira com o símbolo oficial da rotulagem de transgênicos e um ponto de interrogação.

A ação foi encerrada quando os ativistas foram retirados do local pelos bombeiros, encaminhados à delegacia - onde foi feita uma ocorrência -, mas liberados em seguida. Ainda nesta tarde, os representantes da organização entregarão ao presidente do Senado, José Sarney, uma carta sobre as alterações no Projeto de Lei, juntamente com a bandeira hasteada durante a manifestação.

O objetivo da manifestação foi questionar o Senado, mostrando que a sociedade está acompanhando com apreensão a tramitação do PL de Biossegurança, que corre o risco de excluir a necessidade da avaliação ambiental e de saúde. Entidades civis estão preocupadas com a possibilidade do PLC 009/2004 ser aprovado nos próximos dias com o substitutivo do senador Osmar Dias (PDT), que não garante a obrigatoriedade das empresas em realizar o licenciamento ambiental e de avaliação do Ministério da Saúde.

A proposta de Osmar Dias confere ainda caráter deliberativo aos pareceres da CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança), uma comissão vinculada ao Ministério de Ciência e Tecnologia que deveria desempenhar importante papel técnico consultivo, mas não ter poder para liberar ou não os transgênicos já que esta não realiza análises ou estudos sobre a interação dos transgênicos com o meio ambiente e a saúde da população, competência dos órgãos de controle e fiscalização dos Ministérios.

“Retirar a competência de avaliação do Ministério do Meio Ambiente e do Ministério da Saúde seria de extrema irresponsabilidade e ameaçaria ainda mais a biodiversidade e a agricultura do País”, disse Mariana Paoli, coordenadora da campanha de engenharia genética do Greenpeace. “A contaminação genética causada pelos transgênicos representa um risco imprevisível e irreversível. Os estudos de impacto ambiental serviriam para minimizar este tipo de problema. Sem esta ferramenta, os patrimônios agrícola e ambiental brasileiros estão à mercê das poucas multinacionais que detém a tecnologia transgênica”, afirma Paoli.

Um grande esforço de mobilização pública está sendo empreendido pelo Greenpeace e outras entidades civis. Foram publicados anúncios em jornais e páginas na Internet e mensagens estão sendo enviadas aos senadores por cidadãos de todas as partes do país. “O Senado tem a chance de agir com um mínimo de responsabilidade e manter o texto original do PL de Biossegurança. A expectativa da população brasileira é que sejam mantidas as obrigações de licenciamento ambiental e avaliação do Ministério da Saúde”, conclui Paoli.

Veja a pesquisa realizada pelo IBOPE

http://www.greenpeace.org.br/transgenicos/pdf/pesquisaIBOPE_2003.pdf

Por Assessoria de Comunicação Social do Greenpeace.


Última atualização: 06 setembro, 2011 - © EcoAgência de Notícias - NEJ-RS e PANGEA
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