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AMAZÔNIA

Fórum das ONGs brasileiras abandona consulta do Banco Mundial

28 setembro 2004

Rio de Janeiro, RJ - O Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais - que reúne mais de 1.200 entidades da sociedade civil - decidiu hoje retirar os representantes de suas organizações da consulta internacional que o IFC - setor do Banco Mundial que empresta recursos para setor privado- está conduzindo no Rio de Janeiro esta semana.

O protesto é uma resposta à falta de cumprimento, por parte da instituição, do que fora prometido na semana passada pelo Presidente do Banco Mundial, James Wolfensohn. Logo após que Wolfensohn havia garantido às ONGs, na terça-feira, uma resposta detalhada sobre a avaliação ambiental de um empréstimo para expansão da soja na Amazônia, o Conselho Diretor do IFC aprovou o empréstimo, na quinta-feira, sem qualquer explicação e sem sequer exigir a avaliação de impacto ambiental prevista pelos procedimentos do órgão.

"O Fórum registra uma quebra de confiança e entende que a prossecução do diálogo foi inviabilizada por parte do IFC", comentou Roberto Smeraldi, de Amigos da Terra - Amazônia Brasileira, ao anunciar a saída da reunião. A consulta do Rio diz respeito a outro processo contestado pelas ONGs, a revisão global das salvaguardas sociais e ambientais do IFC. De acordo com as entidades do Fórum, "o processo visa criar um duplo padrão entre os procedimentos mais rigorosos do Banco Mundial para governos e outros, amplamente discricionários, para empresas privadas.

De acordo com os representantes da sociedade civil brasileira, não foi consultada a maioria dos atingidos potenciais pelas mudanças propostas, tais como povos indígenas e comunidades locais. As mudanças eliminariam a obrigatoriedade, por parte do IFC, de usar procedimentos que hoje se tornaram referência internacional por meio dos chamados "Princípios do Equador", adotados por bancos privados do mundo inteiro. Por esta razão, as entidades da sociedade civil brasileira avaliam que o processo em discussão no Rio envia um sinal de retrocesso para a comunidade financeira internacional.

A expansão da soja na Amazônia - O empréstimo aprovado pelo IFC, no valor de US$ 30 milhões, foi concedido ao grupo Maggi, maior produtor individual de soja do mundo. O grupo, pertencente a Blairo Maggi, governador do Mato Grosso, destinará a verba à expansão de suas atividades na área leste do Estado. Ambientalistas receiam que a aprovação deste o empréstimo, sem a avaliação precisa dos impactos ambientais e em conflito com a promessa do presidente do Banco Mundial, possa abrir um precedente perigoso na descaracterização dos procedimentos operacionais da instituição. Desse modo, permitiria o financiamento da expansão da soja na Amazônia e a conseqüente abertura de novas frentes de exploração do agronegócio em áreas de transição da floresta

Assessoria de Comunicação Amigos da Terra - Amazônia Brasileira.


Última atualização: 06 setembro, 2011 - © EcoAgência de Notícias - NEJ-RS e PANGEA
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