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OGMs

Greenpeace comemora decisão de região francesa em banir transgênicos

Anúncio da Bretanha, maior produtora de suínos e frangos da França,
foi feito um dia após o Senado brasileiro aprovar lei que pode liberar OGMs
sem licenciamento ambiental

9 outubro 2004

Bretanha, França - A região francesa da Bretanha decidiu ontem, 8/10, tornar-se livre de transgênicos. A província é a 15ª região da França (1) a declarar-se contra os OGMs (organismos geneticamente modificados), mas é a primeira a adotar uma resolução referente ao tema. A Bretanha deverá, assim, adotar medidas concretas em prol da agricultura sustentável, atendendo a uma demanda dos consumidores franceses. A indicação do Conselho Regional da Bretanha foi anunciada no dia seguinte à aprovação, pelo Senado brasileiro, de uma lei de biossegurança que pode liberar os transgênicos sem licenciamento ambiental – o que tem o potencial de contaminar a soja convencional produzida no Brasil.

A deliberação do conselho exclui as culturas transgênicas dos campos bretões, e além disso visa reduzir progressivamente a importação e comercialização de OGMs – especialmente aqueles destinados à alimentação animal. "Esta é uma iniciativa de grande importância, principalmente porque a Bretanha produz entre 60 e 70% dos frangos e porcos de toda a França, e sua ração contém 25% de soja. Esperamos que os bretões promovam, assim, uma alimentação animal livre de transgênicos", afirmou Arnoud Apoteker, responsável pela Campanha de Engenharia Genética do Greenpeace na França. "Pela alimentação animal, os transgênicos acabam atingindo os consumidores que rejeitam os OGMs, pois a rotulagem francesa não inclui produtos de animais alimentados com transgênicos, como leite, ovos e carne", disse.

O Conselho Regional da Bretanha deverá agora desenvolver uma grande colaboração com o Estado do Paraná, o segundo maior produtor de soja do Brasil, que declarou-se livre de transgênicos. "O reconhecimento do trabalho do Paraná pela região da Bretanha é muito importante nesse momento em que existe grande pressão para a liberação dos transgênicos no Brasil. Esperamos que essa decisão abra os olhos dos governantes brasileiros para o mercado de soja convencional", afirmou Ventura Barbeiro, engenheiro agrônomo da Campanha de Engenharia Genética do Greenpeace no Brasil. "Essa deliberação francesa deve mostrar aos nossos deputados, que em breve votarão o Projeto de Lei de Biossegurança, que temos muito a perder com a liberação dos transgênicos no nosso País", disse.

"Hoje, nessa grande batalha contra o lobby das empresas de biotecnologia, que tentam impor seus produtos aos consumidores, a deliberação da Bretanha representa uma grande vitória", disse Apoteker. "Agora é necessário criar uma cadeia de fornecedores de soja convencional exclusiva para a região."

Mais informações:

(1) As regiões de Aquitaine, Auvergne, Basse Normandie, Bourgogne, Franche-Comté, Limousin, Midi-Pyrénées, Nord-Pas de Calais, Provence-Alpes-Côte-d'Azur, Pays de Loire, Picardie, Poitou-Charente e Rhône-Alpes declararam a intenção de tornarem-se livres de transgênicos.

Assessoria de Comunicação Social do Greenpeace.


Última atualização: 06 setembro, 2011 - © EcoAgência de Notícias - NEJ-RS e PANGEA
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