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NUCLEAR

Ativistas são liberados no RJ;  Greenpeace entrega carta a ministérios

Pesquisa Iser 2004 aponta que mais de 80% dos brasileiros são contra construção de usinas nucleares no Brasil

26 outubro 2004

Braília, DF - Os 10 ativistas da Greenpeace detidos na manhã desta terça-feira (26), após um protesto pacífico na INB (Indústrias Nucleares do Brasil), foram liberados pela polícia depois de pagarem uma fiança. Na ação, os ativistas fecharam as portas da empresa, a fim de exigir que o governo brasileiro pare imediatamente de investir em energia nuclear, uma fonte poluente e perigosa.

Depois do protesto, o diretor de campanhas da Greenpeace, Marcelo Furtado, entregou uma carta ao secretário-geral do Ministério de Minas e Energia, Maurício Tomalsquin, e ao secretário de política de informática e tecnologia do Ministério de Ciência e Tecnologia, Francelino Lamy Grando, explicando os motivos da manifestação, durante o 10º Congresso Brasileiro de Energia. Além disso, pôde esclarecer que a Greenpeace é uma organização independente, que não aceita contribuições de empresas, partidos ou governos — após uma afirmação equivocada do secretário de Estado de Energia do Rio de Janeiro, Wagner Victer, feita durante o evento. O congresso, presidido por Luiz Pinguelli Rosa, está sendo realizado no Rio de Janeiro entre 26 e 28 de outubro.

“Depois das declarações desastrosas do Ministro da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos, na semana passada, anunciando que o governo Lula investirá bilhões de dólares na construção de cinco usinas atômicas, na continuidade do projeto de enriquecimento de urânio e na fabricação de submarinos nucleares, decidimos fazer algo. É fundamental que a maioria da população brasileira, que é contrária a este desperdício de dinheiro público, seja ouvida”, disse Sérgio Dialetachi, coordenador da campanha de Energia da Greenpeace. Em recente pesquisa de opinião realizada pelo Iser (Instituto de Estudos da Religião) 82,3% dos entrevistados opuseram-se à construção de usinas nucleares no Brasil, acreditando que o País pode se desenvolver usando fontes de energia mais limpas, baratas e seguras (1).

A polêmica sobre o enriquecimento de urânio tem levantado suspeitas sobre os reais objetivos do programa nuclear brasileiro e criado constrangimento para o País diante da comunidade internacional. O submarino nuclear, mesmo depois de ter consumido 1 bilhão de dólares e 20 anos de pesquisas, ainda não saiu do papel e precisará de outro 1 bilhão de dólares em investimento militar e mais 10 anos de trabalho para ser concluído, já tendo inclusive sido tratado na imprensa nacional como ‘a mais cara maquete de submarino do mundo’.

“A indústria nuclear é um verdadeiro rombo nos cofres públicos de um País. Antes de pensar em investir em energias sujas o governo brasileiro precisa matar a fome de milhões de cidadãos”, comentou Dialetachi. A deficitária INB, responsável pela mineração do urânio e produção do combustível para as usinas atômicas, tem sofrido acidentes e contaminado seus funcionários. A CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear), que deveria fiscalizar todas as atividades nucleares e radiológicas, foi denunciada no Congresso Nacional como incapaz de lidar com uma emergência mais grave, deixando o País à beira de um outro acidente como o de Goiânia, em 1987, cujas vítimas aguardam até hoje por uma assistência adequada.

A Eletronuclear, empresa responsável pelas usinas nucleares, custa um milhão de reais por dia e só consegue gerar cerca de 2% da eletricidade produzida no Brasil. Todos os meses, 0,3% do valor de cada conta de luz paga nos Estados do Sul e Sudeste são desviados para manter a Eletronuclear em funcionamento.

“Chega de jogar dinheiro fora com tecnologias ultrapassadas, caras, sujas e perigosas como a energia nuclear. O Brasil pode gerar toda a energia que precisa para o seu desenvolvimento por meio de fontes renováveis, limpas e seguras” finalizou o coordenador da campanha de Energia da Greenpeace.

Assessoria de Comunicação Social da Greenpeace.


Última atualização: 06 setembro, 2011 - © EcoAgência de Notícias - NEJ-RS e PANGEA
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