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AGRICULTURA

Idec pede proibição total do uso de agrotóxico cancerígeno

6 novembro 2004

Brasília, DF - Em agosto de 2003, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) encaminhou aos ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente e à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) resultados de análises que a entidade realizou em carne de frango e em adubos à base de esterco de frangos, visando esclarecer uma denúncia de que a maravalha, um subproduto do beneficiamento de madeiras tratadas com agrotóxicos cancerígenos, era usada como “cama de aviário” na produção de aves, especialmente frangos.

Em outubro deste ano, o Idec recebeu informação do Ministério da Agricultura, enviada ao Ministério Público Estadual do Paraná, também cientificado pelo Idec na época do problema, de que os serviços de fiscalização do órgão em Santa Catarina e Paraná haviam realizado ações fiscais nas empresas citadas e que tinham sido coletadas amostras dos adubos, visando à pesquisa dos resíduos.

As análises feitas no Instituto Adolfo Lutz, a pedido do MAPA, confirmaram a presença de Pentaclorofenol com valores de 0,04 a 0,27 mg/kg para as amostras do Paraná e de 0,96 até 1,28 mg/kg para as amostras do Estado de Santa Catarina. O ministério informa ainda que está tomando as medidas fiscais cabíveis e que se o problema continuar as empresas poderão ter os seus registros cancelados e que estaria realizando coleta de produtos de outras empresas para averiguar a extensão do problema.

O Idec está reiterando os pedidos acima para que os ministérios envolvidos e a ANVISA avalie a possibilidade de proibição total do Pentaclorofenol no Brasil. "Essa contaminação de adubos que descobrimos indica que o consumidor corre sério risco de estar sendo contaminado por um produto altamente persistente no meio ambiente e cancerígeno", acredita Sezifredo Paz, coordenador executivo do Idec.

O perigoso pó da China

A iniciativa do Idec deve-se à hipótese de a maravalha de madeira tratada poder contaminar adubos à base de esterco de aves, vendidos para uso na agricultura e para jardinagem, com resíduos de Pentaclorofenol, conhecido como pó da China, Tribromofenol e Tribromoanizol e, por conseguinte, esta contaminação poderia se estender aos alimentos produzidos com o citado adubo.

Os resultados, conforme laudos da Universidade Federal de Santa Maria, demonstraram que nenhuma amostra de carne de frango apresentava resíduos das citadas substâncias, mas duas marcas de adubos à base de esterco de aves – a Agro Divel, de Joaçaba (SC) e a Vitaplan, de Cascavel (PR) – apresentaram resíduos de Pentaclorofenol. O adubo da Agro Divel também apresentou resíduos para Tribromoanizol e Tribromofenol.

Na oportunidade, o Idec solicitou que, entre outras medidas, fossem tomadas as providências em relação às duas empresas e ainda:

  • Que os citados órgãos avaliassem os riscos de continuar a autorização de uso do Pentaclorofenol e outros preservativos de madeira, prevendo-se, inclusive, a sua proibição.
  • Que fossem avaliados os riscos do uso da “cama de aviário” à base de subprodutos de madeira, adotando uma rigorosa regulamentação da sua utilização ou até a proibição dessa prática;
  • Que, da mesma forma, fossem averiguados os riscos dos demais usos de produtos de madeira que entram em contato direto com os alimentos, como caixas para acondicionamento de frutas e verduras, espetinhos, palitos, utensílios de cozinha, etc.

Saiba mais sobre o caso em: http://www.idec.org.br/materia.asp?id=135

Texto do Idec em: http://www.idec.org.br/


Última atualização: 06 setembro, 2011 - © EcoAgência de Notícias - NEJ-RS e PANGEA
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