Diversidade de agências de financiamento não garante
acesso à políticas eficientes de saneamento
Porto Alegre, RS - Apesar do grande número de agências e programas de cooperação técnica e financeira para a gestão de recursos hídricos, as cidades na América Latina e Caribe ainda não conseguiram implantar sistemas eficientes e sustentáveis para o manejo de mananciais e saneamento. Esse foi o resultado da primeira discussão do Encontro Regional de Jornalistas e Comunicadores Ambientais, que reuniu profissionais da comunicação de diversos países em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, nesta segunda, dia 8.
A Organização dos Estados Americanos (OEA), por exemplo, desenvolve através do Escritório de Desenvolvimento Sustentável, ações que visam não só financiar programas de gestão dos recursos, mas principalmente atuar como facilitadora no compartilhamento de experiências locais e políticas de gestão.
Também a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Cultura e a Ciências (Unesco) possui um Programa Hidrológico Internacional (PHI), que iveste em ações integovernamentais para estabelecer políticas de gestão compartilhada de recursos que não se limitam a fronteiras políticas, como as bacias e aqüíferos em regiões de fronteiras.
Mesmo com décadas de atuação, essas diversas inserções chegam com muita dificuldade aos cidadão de todas as cidades, apesar de governos conseguirem acessar os financiamentos com relativa facilidade. Para Henrique Leite Chaves, representante do PHI no encontro, isto se dá porque "a sociedade não priorizou o problema". Segundo Chaves, uma das respostas para a dificuldade que as cidades enfrentam com seus sistemas de gestão de águas, ou mesmo a falta deles, pode ser a opção por investimentos dos países na geração de energia através de hidrelétricas, que obtiveram muitos recursos nos anos 1970.
Além disso, a preocupação com a sustentabilidade ambiental destes empreendimentos e a comunicação à sociedade acerca da importância e complexidade destes temas é muito recente, tanto para governos e bancos internacionais quanto para as próprias sociedades.
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