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Ritmo de desmatamento da Mata Atlântica não cede e preocupa ambientalistas

 

EXCLUSIVO - EcoAgência de Notícias
01-set-03

 

Piracicaba, SP - Apesar de todas as campanhas de conscientização, o ritmo de desmatamento da Mata Atlântica continua o mesmo desde 1995. A revelação foi feita no final de semana (30 e 31 de agosto) pelo engenheiro agrônomo e diretor da Fundação SOS Mata Atlântica Fabrízio Violini, durante o 1º Seminário para Integração em Gestão Ambiental (SIGA), na cidade de Piracicaba, em São Paulo. O monitoramento vem sendo feito pela Fundação, em conjunto com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e IBAMA, desde 1985.

A cada cinco anos, segundo Fabrizio, é feito o Atlas da Mata Atlântica, a partir de dados obtidos a partir de imagens de satélites, abrangendo os 10 estados brasileiros (Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) com a maior concentração de áreas preservadas. “O que temos notado”, acrescenta ele, “é que embora a questão ambiental tenha avançado no sentido de conscientização da sociedade como um todo e em sua institucionalização, o grau de desmatamento continua o mesmo. Ou seja, ainda se perde a cada quatro minutos o equivalente a um campo de futebol (cerca de um hectare)”.

No seu entender, a reversão desse processo só poderá ocorrer com a participação efetiva da sociedade. O diretor da Fundação SOS Mata Atlântica explica apesar de haver focos de reação positiva, a questão ambiental não está inserida na população brasileira como um todo. “Existem setores mais sensíveis, mas em seu conjunto a sociedade ainda não está afeita para esse tipo de situação”, salienta.

“A reversão desse processo”, no entender do ambientalista, “exige atuação nos vários setores. A educação ambiental tem parcela de contribuição, fazendo com que a sociedade possa perceber o ritmo de desmatamento e sua gravidade. Mas são necessárias ações mais efetivas em todos os campos. Na mídia, as informações precisam circular, as instituições governamentais tem que ter capacidade de reagir mais fortemente em relação a isso. A sociedade deve pressionar, ser mais ativa. A reversão do processo de desmatamento não depende de uma estratégia única, mas de todos esses setores juntos”.

Ele acredita que o governo brasileiro está comprometido com a questão ambiental. “O governo Lula foi eleito”, diz Fabrízio, “com a perspectiva de que as questões ambientais poderiam ter uma melhora significativa”. As pessoas que estão no Ministério do Meio Ambiente, entende ele, são todas comprometidas com a causa ambiental, com competência realmente reconhecida. “A própria ministra Marina Silva é um ícone do movimento ambientalista. No entanto, as políticas do governo dependem de um todo. Eu vejo que é possível o governo ter uma posição mais favorável, desde que a sociedade se manifeste. Caso contrário, não haverá mudanças. O governo é reflexo da sociedade como um todo. Se a sociedade não se manifesta, não vejo perspectiva de resposta”, conclui ele.

O Seminário para Integração em Gestão Ambiental, que contou com a participação do Núcleo de Ecojornalistas do Rio Grande do Sul (NEJ/RS), foi promovido pelo Centro Acadêmico de Gestão Ambiental da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ), ligada à Universidade de São Paulo (USP), e abordou os temas Movimento Ambientalista e o 3º Setor, Educação Ambiental, Comunicação e Marketing Ambiental e Recursos Hídricos e A profissão de Gestor Ambiental. Contou, ainda, com a realização de onze mini-cursos.

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Jornalista Juarez Tosi (juarez@ecoagencia.com.br), exclusivo para Ecoagência Solidária de Notícias Ambientais.


Última atualização: 06 setembro, 2011 - © EcoAgência de Notícias - NEJ-RS e PANGEA
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