AgirAzul Revista 1992-1998

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AgirAzul 9

Atenção: o Antiecologismo se prepara para  abarcar o Mundo!

Por Magda Renner*

As primeiras advertências sobre os ativistas contra a ecologia, nos vieram dos Amigos da Terra ‑ Austrália, que estão desmascarando os “falsos verdes” em seu próprio país. Citam o “Conselho Nacional pelas Áreas Úmidas”, que promove o desenvolvimento fácil de tais áreas, o grupo “Áreas Limpas”, que se preocupa com os custos da despoluição de lixos tóxicos, o “Alerta ao Consumidor” que luta contra a regulamentação referente à segurança de determinados produtos e o grupo de “Pessoas para o Ocidente” que atacam a imposição de royalties sobre minérios extraídos de terras públicas. Quanto mais ecológico soa o nome de tais grupos, tanto maior é a chance de neutralizarem o apoio público que é imprescindível para a proteção ambiental!Basta uma rápida pesquisa para descobrir quem apoia e/ou participa desses tais grupos: a Shell Oil, a British Petroleum, a Amax, a Chevron, a Exxon, a Cypres Minerals e muitas outras. 

A Greenpeace, já publicou um guia sobre as Organizações Antiecologistas, dando os nomes e referências de 65 ONGs desse tipo em atividades nos EUA. Basicamente são Empresas de Relações Públicas, especializadas em melhorar a imagem de empresas poluidoras; grupos de frente corporativos, entidades de pressão para atuar segundo os interesses das empresas que as sustentam; grupos de reflexão ideológica, que promovem discussões inócuas e procuram convencer o público da não existência de uma crise ambiental; organizações especializadas em contestar judicialmente as leis ambientais e finalmente grupos de financiamento e grupos de defesa da exploração dos recursos naturais. Dentre as mais ativas a Greenpeace cita a Burson Marstellar, British Columbia Forest Alliance no Canadá e a Pacific Legal Foundation. A Lilly Endowment da Farmacêutica Ely Lilly, as fundações Sarah Scalfo, John Olin e a Carthagena juntas, teriam doado, somente em l991, 150 milhões de dólares à organizações antiverdes. 

No Brasil, a primeira mostra de militância antiecologista foi a entrevista do islandês Gudmundsson atacando descaradamente a Greenpeace, foi publicada nas páginas amarelas da Veja. O que mais nos deve preocupar é que essa revista, que se gaba de ter a maior tiragem em nosso país, sequer tenha tido a lisura de conceder o mesmo espação à Greenpeace para sua resposta, demonstrando, portanto, sua anuência tácita ao Antiecologismo. Felizmente, o jornal O Globo assumiu postura oposta, dando a oportunidade à Greenpeace do Brasil de informar o público sobre a pessoa desse sr. Gudmundsson, que, na Noruega já perdeu o 1º dos três processos judiciais, aos quais responde pelas calúnias contra a Greenpeace. Note‑se que no Brasil está sendo promovido pela ABEN, Associação Brasileira de Energia Nuclear, que, em seu informativo Brasil Nuclear, lhe dedica um elogioso artigo intitulado “A Farsa Ambientalista”. Sob o título “Greenpeace denuncia falsos verdes” O Globo ainda publica informações importantes para os ecologistas no Brasil, fornecidas pela Greenpeace. Alerta para a atuação do “Movimento de Solidariedade Ibero‑Americana” que já está se imiscuindo em encontros, seminários e conferências sobre ecologia fazendo sua propaganda antiecologista. 

Uma prova já tivemos em Porto Alegre recentemente, quando, durante a VIIª CONFEMA, um ilustre desconhecido distribuiu na platéia, sem o conhecimento da FEPAM (organizadora do evento) um Almanaque Republicano do movimento Solidariedade Ibero‑Americana, com o subtítulo “Defendamos a Natureza contra o Ambientalismo Radical”, de autoria de um tal Jonathan Tennenbaum, doutor em matemática, diretor da Fundação para <B>Energia de Fusão de Wiesbaden<D>, Alemanha e editor da revista Fusão. Não consta obviamente qualquer indicação sobre o movimento de Solidariedade Ibero‑Americana e muito menos o endereço, telefone ou fax do tal doutor em matemática, ou de sua fundação. 

Ao que tudo indica o movimento antiecologista, ao contrário dos ecologistas autênticos, dispõe de todos os meios necessários para crescer e fortalecer‑se no mundo. Que se unam os ecologistas para desmascarar os falsos verdes “ANTES QUEANATUREZA MORRA”! 

*A autora, à época do artigo (1994), erapresidente da ADFG‑Amigos da Terra Brasil. Contatos: Fone/Fax (051) 332‑8884. Rua Cabral, 151 90420‑120. Porto Alegre, RS Brasil. E‑mail: foebr@ax.apc.org



NOTA DA PANGEA


 Sobre o movimento antiecologista, ao qual está ligado o tal Jonathan Tennenbaum, da Alemanha, temos a informar que, conforme os documentos que possuimos, que este cidadão pertence a um grupamento liderado pelo economistaamericano Lyndon H. LaRouche, Jr, que vive só do antiecologismo e outras idéias estranhas. Este Lyndon H. LaRouche não conseguiu explicar ao Imposto de Renda dos Estados Unidos a origem de seus ganhos, motivo pelo qual já passou um período na cadeia. Sua organização é rica, chama‑se MSIA‑Movimento de Solidariedade Íbero‑Americana e tem base no Brasil, Colômbia, México, Peru, Venezuela, tendo até representante em Porto Alegre, RS.(ACCC)A PANGEA é entidade não‑governamental ambientalista gaúcha, mantenedora do AgirAzul. Endereços no expediente (pág.2)






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