As redes de computadores são o principal fenômeno de comunicação desde o início da década. Criadas nos anos 60 ligando poucas Universidades americanas, as redes atingem hoje o número de 1,7 milhão de computadores interligados em mais de 125 países. Estima-se que sejam mais de 20 milhões de usuários no mundo todo e que a taxa de crescimento da Internet, a rede que une todas as outras, seja de 20% ao mês.
A principal virtude das redes é que elas se desenvolvem principalmente no meio acadêmico, sustentadas por projetos de pesquisa. Como conseqüência, elas estão por enquanto praticamente fora da esfera comercial. A ligação com a Internet no Brasil é realizada através da Rede Nacional de Pesquisa – RNP, projeto sustentado pelo CNPq. A forma mais comum de se ter acesso à Internet é estar vinculado a alguma universidade ligada à RNP.
As entidades não-governamentais, ambientalistas ou não, utilizam-se da ligação com o Alternex, nome de parte de rede mundial da Associação para o Progresso da Comunicação, no Brasil sustentada pelo IBASE – Instituto Brasileiro de Análise Social e Econômica.
Por sua vez, o Alternex é ligado à Internet tornando possível a troca de mensagens e arquivos a nível mundial, entre o meio acadêmico e o não-acadêmico.
No Alternex, o usuário de posse de um computador com modem e telefone, cadastra-se no IBASE e a partir daí pode acessar diretamente o computador central da rede, localizado no Rio de janeiros. Há duas formas de acesso por telefone: diretamente, via DDD, ou via RENPAC – rede Nacional de Pacotes, da Embratel. Não é preciso ser assinante do RENPAC, pois dentro do RENPAC, o Alternex aceita “ligação a cobrar”, que depois é cobrado discriminado na conta. Para quem não mora no Rio de Janeiro, a ligação a cobrar via RENPAC sai mais barato. O IBASE proíbe o uso do Alternex para fins comerciais.
No Alternex, o usuário pode trocar mensagens com outros usuários ou participar de grupos de mensagens públicas (conferências). O acesso a estas conferências pode ser restrito a alguns assinantes ou aberto. Um texto colocado na conferência corresponde, então, a uma mensagem colocada em um mural público ou no jornal de sua cidade: quem acessa a conferência, se quiser, lê e pode até imprimi-la para uso próprio, posteriormente.
Atualmente, pouco mais de 25 entidades ambientalistas brasileiras participam do Alternex. Foi formada uma Rede de Entidades Ecologistas cujos participantes acessam uma conferência exclusiva, facilitando a troca de informações e opiniões entre várias pessoas sobre a política e acontecimentos envolvendo o meio ambiente.
O custo de ligar-se ao Alternex não é alto. Um computador dos mais simples equipado com modem pode ser comprado de segunda mão por cerca de US$ 500,00. mesmo o jurássico PC-XT pode ligar-se e fazer uso do Alternex – claro que quanto maior a velocidade de processamento e capacidade de armazenamento, melhor. Além do computador é preciso contabilizar o custo da linha e da conta telefônica (ou uso do RENPAC).
Embora o número e a distribuição geográfica das entidades ligadas atualmente influa na preponderância de assuntos nacionais, não é de se ignorar a potencialidade de facilitar o trabalho comum a partir da formação de redes regionais, no caso brasileiro, entre entidades do mesmo Estado.
No Rio Grande do Sul, onde temos uma das melhores distribuições de renda do País e cidades com boa infra-estrutura em todo canto do Estado, há, ainda, pouquíssimas entidades utilizando o Alternex. E a ligação de voz via DDD é caríssima. Não há dúvida que se todas as entidades estiverem ligadas ao Alternex, o trabalho militante de todo o dia será facilitado.
Projetos que estiverem sendo discutidos na Assembléia poderão ter rápida disseminação, a discussão ampliada e a fixação de posições serão mais rápidas que atualmente, Propostas de pautas de encontros regionais serão rapidamente aprovadas. Solicitação de informações sobre casos específicos e mesmo ajuda científica serão prestadas com presteza e ainda com a possibilidade de troca de mensagens diretas com a comunidade científica brasileira ou do exterior.
O AgirAzul participa da Rede de Entidades Ambientalistas. Do Rio Grande do Sul estão entrando no circuito as associações ambientalistas de São Borja e de Bento Gonçalves. Veja o nome dos participantes no Box abaixo.
O autor pode ser encontrado via correio eletrônico no endereço cacique@vortex.ufrgs.br ou cacique@brufrgs